Setor atinge crescimento esperado

Em cenário de crise, Abraciclo aposta na produção de 1.700.000 motocicletas para 2009.

Por Leandro Alvares

Leandro Alvares

A desaceleração nas vendas e na produção de motocicletas apresentada nos últimos meses, motivada pela crise financeira global, não impedirá o setor de duas rodas de fechar 2008 com novos recordes.

De acordo com a Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas e Similares (Abraciclo), o segmento deve encerrar o ano com 2.115.000 motos produzidas, 22% a mais na comparação com 2007, quando 2.040.000 unidades deixaram as fábricas.

As vendas para o mercado interno já superaram o índice de 1.600.000 alcançado no ano anterior. Até novembro, foram comercializadas 1.780.000 motocicletas, montante que tende a subir para 1.870.000 até o fim de dezembro.

“Nossa estimativa era chegar a 1.930.000 vendas. Mesmo assim, teremos um aumento de 17% no mercado interno se compararmos com o saldo do ano passado”, ressaltou Paulo Takeuchi, presidente da Abraciclo.

Em novembro, foram vendidas 108.681 motos, 11% a menos que em outubro. O melhor desempenho em 2008 foi atingido em setembro, quando 186.355 novos modelos ganharam as ruas do país.

Acompanhando a tendência gerada pela economia, as exportações do último mês também sofreram queda. De 11.461 em outubro para 9.779, redução de 14,7%. A projeção anual da Abraciclo, contudo, foi superada, já que se previa a exportação de 110.000 motos e até o momento foram despachadas 121.800 unidades.

Otimismo, mas previsão comedida

Apesar do clima de incerteza que assombra a economia no mundo, a Abraciclo não demonstra pessimismo em relação ao futuro do setor. “O mercado brasileiro de motocicletas tem um enorme potencial, pois o veículo de duas rodas simboliza praticidade e alternativa para o trânsito”, justificou Takeuchi.

“Para 2009, prevemos um cenário semelhante ao de 2007, com a produção de 1.700.000 motos. Trata-se de uma estimativa prévia, calculada com base nas nossas reuniões e nos dados dos nossos associados”, explicou o presidente.

No mês passado, o governo decidiu reduzir a alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) cobrado no financiamento de motos de 3,38% para 0,38%, com o objetivo reaquecer as vendas. A tática, porém, não surtiu efeito, segundo Takeuchi.

“Houve a redução, mas permaneceram as dificuldades de crédito. A demanda continua aquecida, porém em função da restrição de financiamento há dificuldades na venda final do produto”, alegou.

Atualmente, fazem parte da Abraciclo as marcas Honda, Yamaha, Kasinski, Harley Davidson, Sundown, Dafra, Traxx e Bramont.


Fonte:
Equipe MOTO.com.br

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