Salão de Milão: Motos aventureiras roubam a cena na Itália
Versáteis, potentes e cheios de tecnologia os modelos feitos para viajar por qualquer terreno fazem sucesso na feira italiana
Por Alexandre Ciszewski
Por Alexandre Ciszewski
Em meio à superesportiva com 215 cavalos, motos com supercharger e modelos clássicos foram mesmo as aventureiras que chamaram a atenção do público nesta 75ª edição do Salão de Motos de Milão. No mais importante evento do setor de duas rodas do mundo, que acontece até domingo (12 de novembro) na cidade italiana, os grandes fabricantes apostaram suas fichas em modernas e tecnológicas motocicletas feitas para cruzar o mundo.
Há 30 anos uma moto aventureira tinha de ser robusta, com mecânica simples e confiável o bastante para atravessar o deserto sem quebrar. Hoje, estas não são mais qualidades suficientes. Prova disso é a edição especial Adventure Sports da Honda Africa Twin, lançada no Salão italiano para celebrar o modelo de 1988 que tinha o mesmo nome.
Ainda estão lá o tanque de grande capacidade 24,2 litros (5,4 l a mais do que a versão standard) e as suspensões de longo curso (252 mm na dianteira e 240 mm na traseira), mas a Africa Twin Adventure Sports 2018 tem acelerador eletrônico ride-by-wire e quatro modos de pilotagem, além de um controle de tração com sete níveis de atuação. “Para 2018, acrescentamos à essa nova versão tudo que faz falta para o motociclista aproveitar todo o potencial da moto quando partir para uma longa aventura”, explica o líder de projeto da Africa Twin, Kenji Morita.
O segmento está tão em alta que a gigante japonesa tem até um scooter aventureiro, o X-ADV, que recebeu novidades para rodar no fora-de-estrada no modelo 2018, como controle de tração e um modo de pilotagem mais esportivo no câmbio automático.
Chamada de moto “SUV”, por combinar as funcionalidades de um scooter com a versatilidade de uma moto aventureira, o X-ADV é um sucesso: em apenas oito meses já vendeu cerca de 10.000 unidades. E o X-ADV vai vir ao Brasil no Salão Duas Rodas 2017, que acontece em São Paulo na próxima semana.
BMW lança novas F 850 e F 750 GS
Lançadas há 10 anos, os modelos GS de média capacidade da BMW foram completamente renovados para 2018. “Não há uma única peça dos modelos anteriores nas novas F 750 GS e F 850 GS”, revela Dorit Mangold, gerente de produtos da BMW Motorrad.
A começar pelo motor bicilíndrico agora com 853 cm³ de capacidade, utilizado nas duas versões, como na geração atual (F 700 GS e F 800 GS). Projetado para ter melhor desempenho e menos vibração, o propulsor oferece 78 cv na 750 GS, mais voltada para o uso urbano e viagens por asfalto, e 96 cv na F 850 GS, versão feita para longas viagens e incursões off-road. Ambos oferecem modos de pilotagem – Estrada e Chuva –, além do controle de tração e freios ABS, itens quase obrigatórios nesse segmento.
A versão mais top de linha da F 850 GS ainda tem como opcionais um modo de pilotagem Enduro Pro, com parâmetros de aceleração e controle do motor pensados especificamente para o fora-de-estrada. Suspensões semi-ativas com ajuste eletrônico e painel totalmente digital de TFT, como a tela dos smartphones, também podem equipar o modelo.
Triumph também muda
A inglesa Triumph não deixou por menos. Como havia adiantado mostrou versões renovadas de suas bigtrails de 800 e 1.200 cc. Ambas tiveram uma enorme lista de mudanças, que vão do motor, novos controles eletrônicos, design renovado e outras atualizações de recursos de luxo e desempenho.
Segundo Paul Stroud, diretor comercial da marca, são mais de 200 atualizações na Tiger 800, que ganhou para-brisa ajustável para proteger o piloto na estrada, freios aprimorados e uma nova posição de pilotagem.
Já o modelo de 1.200 cc, que agora se chama simplesmente Tiger 1200, perdeu 10 kg para melhorar sua capacidade off-road, mas não esqueceu os luxos. Tem até farol adaptativo, que se inclina conforme o motociclista contorna curvas.
Uma das vantagens da marca inglesa sobre a concorrência é a grande variedade de versões para cada um dos modelos. A Tiger 800 XR, por exemplo, usa roda de liga-leve aro 19 na dianteira para quem só vai rodar no asfalto; já a versão XC tem roda raiada aro 21 para ir melhor na terra.
Vem mais por aí
A Yamaha, famosa pela linha Ténéré, decepcionou em Milão: os fãs esperavam a nova versão de 700 cc com motor bicilíndrico da MT-07, mas tiveram de se contentar com um protótipo. Segundo a marca, a “Ténéré 700 World Raid” foi inspirada nas motos de rally e vai oferecer uma experiência off-road como nenhuma outra moto do segmento.
Por outro lado, a fábrica japonesa renovou sua aventureira esportiva Tracer 900, que usa o motor da MT-09 e foi feita para quem quer viajar longe, mas pelo asfalto. Há uma versão “GT” com diversos acessórios para aumentar a capacidade touring do modelo.
A austríaca KTM, com longa tradição no off-road, também preferiu “provocar” os fãs. Apresentou a 790 Adventure Concept, confirmando o que o CEO Stefan Pierer já havia prometido: que o novo bicilíndrico de 103 cv que estreou na naked Duke neste ano seria também usado em uma bigtrail. Pela movimentação no estande da fábrica, o conceito aventureiro chamou mais atenção do que a naked de série. Mas, infelizmente, será preciso esperar até 2018, quando mais motos aventureiras devem chegar ao mercado.
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Fotos: Divulgação
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