Retrospectiva: dez fatos que marcaram o mundo das motos em 2018

Aumento na produção, novos scooters, freios mais seguros e até motos autônomas marcaram o ano em duas rodas; relembre

Por Gabriel Carvalho

O ano de 2018 foi melhor do que o esperado no segmento de motocicletas. A venda e a produção foram melhores do que as fabricantes previam, o que as levou a rever as projeções e o otimismo voltou ao setor. Além do bom resultado comercial, a indústria de motos apresentou diversos lançamentos nos mais variados segmentos e com modelos mais modernos e seguros. Antes de acelerar rumo a 2019, no qual os fabricantes projetam novo crescimento, vale a pena relembrar alguns fatos marcantes deste ano que se encerra.

- Mais de 1 milhão – O ano ainda não acabou, mas segundo projeções da Abraciclo, a associação dos fabricantes de motocicletas, a produção de motos deve ultrapassar a número de 1 milhão de unidades fabricadas – fato que não ocorria desde 2015. Ainda longe do recorde de 2011, quando a produção chegou perto de 2 milhões de motos, as 1.035.000 motos produzidas em 2018 dão sinais de que há uma tendência de crescimento. Seja pelo otimismo com a economia, ou pelos inúmeros lançamentos, o fato é que o mercado de motos voltou a crescer. 

- Freios mais seguros – Muitos dos lançamentos de motocicletas ou as nova gerações de modelos consagrados foram impulsionados pela exigência de freios mais eficientes. A partir de 2019, por lei, as motos até 300 cc terão de oferecer freios combinados ou ABS - a Honda CB 250F Twister, por exemplo, oferece as duas opções - e, acima de 300c c, o sistema de freios antibloqueio será obrigatório. Motos populares, como a Honda Pop 110i, receberam freios combinados; modelos maiores, como a nova Yamaha Lander 250, receberam ABS e ficarão mais seguros no próximo ano.

- Trails renovadas – E por falar em Lander, a trail de 250cc da Yamaha foi renovada para o próximo ano. Além do ABS, apenas na roda dianteira, o modelo ganhou design novo, tanque maior e um assento mais confortável para substituir a antiga geração e também a Ténéré 250, que sai de linha. A Honda também trocou toda a roupagem da XRE 300, que traz nova identidade visual, sistema de iluminação Full-LED e freios ABS de dois canais. Duas novas opções para quem curte uma moto versátil para rodar na cidade e pegar uma estrada de terra sem problemas.

- “Compactas” cresceram – Recentemente, vimos um aumento dos modelos classificados como “compactas premium”, ou seja, modelo de capacidade cúbica não tão grande assim, mas com design e tecnologia de motos maiores. Yamaha MT-03, Kawasaki Versys X-300 e KTM 390 Duke são bons exemplos do segmento, que atrai quem procura uma moto mais sofisticada, mas não quer subir tanto de cilindrada. Neste ano, com a chegada da Kawasaki Ninja 400, o segmento cresceu ainda mais. Afinal, uma moto de 400 cc e 48 cv não é tão compacta. E isso deve continuar, pois a fábrica japonesa já apresentou a Z 400, uma versão naked da Ninjinha, que agora não é tão pequenina assim. E a nova naked de 400cc também deve vir ao Brasil, assim como a nova geração da Yamaha R3 - que ganha suspensão invertida e visual inspirado na superesportiva R1.

- O que vale é a experiência – Com o objetivo de conquistar e fidelizar clientes, as marcas estão cada vez mais criando cursos, encontros e viagens. A Honda seguiu os passos de outras marcas premium e criou o Red Rider, um programa de fidelização de clientes que promove atividades para que os motociclistas coloquem suas motos para rodar. A Ducati traz o Ducati Riding Experience (DRE), com cursos de pilotagem em duas modalidades (Safety e Racetrack). A receita utilizada já é consagrada por outras fabricantes, como BMW, Harley-Davidson e Triumph. Cursos de pilotagens on e off-road, eventos com proprietários, viagens nacionais e internacionais ajudam as marcas a se aproximar dos clientes.

- Motos autônomas – Entre os carros a direção autônoma já é uma realidade, mas nas motos as tecnologias do futuro ainda são uma incógnita. A Ducati apresentou neste ano uma moto que “conversa” com os carros para evitar acidente, mas a BMW foi além e criou uma moto que “anda sozinha”. Embora a demonstração em um circuito fechado tenha apresentado uma R 1200 GS que deu algumas voltas sem piloto, a marca alemã garante que o objetivo não é criar uma moto autônoma, mas sim entender a dinâmica da condução em duas rodas e, com isso, criar sistemas que evitem quedas e acidentes graves com motociclistas. Pois que graça teria uma moto que não precisa de piloto?

- Veículos compartilhados – Também pensando no futuro da mobilidade, os serviços de compartilhamento de veículos de duas rodas chegaram ao País. Na cidade de São Paulo, depois das bicicletas, surgiram patinetes e scooters elétricos que podem ser compartilhados: você paga apenas pelo tempo e distância que utilizar. Mesmo ainda incipiente, as iniciativas nesse sentido mostram que, no futuro, talvez não seja necessário possuir uma moto ou um scooter, basta pagar pelo tempo e uso do veículo. Principalmente, nos deslocamentos diários e para percorrer pequenas distâncias.

- Bigtrail em alta – As motos aventureiras continuam em alta, oferecendo segurança, conforto e desempenho para longas viagens não importa o caminho. Tanto que as vendas de motos bigtrail já superam as esportivas no Brasil e muitas gente tem trocado as sport-touring pelas motos mais altas e versáteis. Neste ano, a Triumph renovou toda sua linha Tiger (800cc e 1200cc) e a BMW trouxe as novas F 750 e 850 GS para o país. Essa tendência deve continuar em 2019, quando muitos lançamentos, como a esperada Yamaha Ténéré 700 e a Honda Africa Twin Adventure Sports devem chegar ao Brasil com grande autonomia e ciclística robusta para enfrentar longas aventuras.

- BMW made in Brazil - A primeira fábrica de motos BMW fora da Alemanha é aqui no Brasil. Mais especificamente em Manaus (AM). No final de outubro, a fabricante alemã comemorou a marca de 50 mil unidades produzidas na capital do Amazonas, um processo cujo início foi em 2009, ainda em parceria com a Dafra, e se seguiu até 2016, quando a BMW inaugurou sua fábrica própria. A primeira moto feita pela BMW em Manaus foi a on/off G 650 GS. 

Atualmente a fábrica de Manaus produz nove modelos. E uma R 1200 GS Adventure serviu como marco para comemorar as 50 mil unidades produzidas. “A fábrica de Manaus contribuiu para a consolidação da BMW Motorrad no Brasil ao assegurar maior disponibilidade dos modelos e celeridade para atender à demanda local, sem perder de vista a qualidade dos produtos e excelências dos funcionários, afirma Peter Vogel, Diretor de Produção da fábrica do BMW Group em Manaus.

- Scooters se diversificam – A alta no preço da gasolina e a busca por mobilidade nas grandes cidades fez com que a demanda por scooters, esses veículos práticos e econômicos, crescesse. Só até outubro deste ano, as vendas superaram as 56 mil unidades, crescimento de 18% em relação ao mesmo período do ano passado, quando foram vendidos pouco mais de 48 mil scooters. O sucesso do segmento motivou os fabricantes a diversificarem o line-up. A Honda, líder do setor de motos, já oferece sete modelos: desde o recém-lançado Elite 125, que tem preço sugerido de R$ 8.250 e promete rodar 50 km/litro, até o moderno X-ADV, misto de scooter e moto aventureira que tem câmbio de dupla embreagem e custa R$ 52.900. Outros fabricantes também oferecem uma variedade de modelos para quem quer se locomover com facilidade na cidade e gastando pouco.


Fonte:
Equipe MOTO.com.br / Agência Infomoto

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