Recorde alcançado em meio à crise

Setor supera números absolutos de 2008 mesmo com a queda de vendas, produção e exportação.

Por Leandro Alvares

Assim como a Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição dos Veículos Automotores), a Abraciclo (Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas e Similares) destacou o decréscimo do setor de duas rodas no mês de outubro, motivado pelo anúncio da crise econômica mundial.

Segundo a entidade, foram produzidas 155.770 unidades no mês passado, 9,4% a menos no comparativo com o mesmo mês de 2007 e 26% se comparado a setembro deste ano.

A queda registrada na produção foi acompanhada pelo desempenho das vendas ao mercado interno com 121.460 unidades vendidas, volume 25% menor em relação a outubro passado e 34,8% inferior do que foi comercializado no mês anterior.

Mesmo registrando queda de produção e vendas, o saldo continua positivo, projetando continuidade de crescimento, a mesma demanda de intenção de compra e a consolidação do segmento no setor de transportes. Prova disso é que de janeiro a outubro de 2008 foram produzidas 358.272 unidades a mais que no ano passado, um crescimento do setor de 24,2%.

As vendas também seguiram essa tendência, já que até outubro 1.671.388 motocicletas foram comercializadas, número superior ao total vendido em todo o ano passado.

De acordo com Paulo Takeuchi, presidente da Abraciclo, as oscilações nos números apresentados em outubro são os reflexos deste primeiro momento e da dificuldade de se conseguir crédito para financiamentos em razão das elevadas taxas de juros. “As previsões ainda estão indefinidas e acredito que podemos ter evoluções diferenciadas até o final do ano”, afirmou.

As exportações mantiveram o ritmo e apresentaram leve queda de 12,5% registrada sobre o mesmo mês do ano passado, 11.461 sobre 13.096. Assim, em 2008, 111.832 motocicletas já foram exportadas, o que representa aproximadamente a mesma média desta atividade, já que no mesmo período do ano passado foram comercializadas para fora do país 119.728 modelos.

A Abraciclo enfatiza que as indústrias associadas à entidade estão se organizando para continuar oferecendo todo suporte necessário aos clientes e tudo farão para amenizar os efeitos das oscilações do mercado. A entidade, por sua vez, vem mantendo contatos com as autoridades governamentais na busca de medidas adequadas para a continuidade da comercialização de motocicletas.

Para Takeuchi, como não existe queda de demanda no mercado e o consumidor continua com o propósito de comprar a motocicleta para transporte pessoal e para trabalho, é importante que ações específicas por parte de entidades financeiras sejam tomadas, como o oferecimento de crédito para a compra desses veículos.

“Essa ajuda seria oportuna já que a intenção do governo é reduzir ao máximo os efeitos dessa retração que as vendas estão apresentando, possibilitando aos que estão pretendendo a compra uma solução racional e econômica de transporte individual”, concluiu.

Os dados da Abraciclo são baseados no desempenho de suas oito filiadas: Honda, Yamaha, Kasinski, Harley-Davidson, Sundown, Dafra, Traxx e Bramont.


Fonte:
Equipe MOTO.com.br

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