Quando teremos sistema ABS como item de série?

Colunista especializado em Gestão e Direito de Trânsito traz dicas e orientações para os motociclistas

Por Aladim Lopes Gonçalves

André Garcia

Recentemente em um curso de “Auditor de Segurança Viária” oferecido pela Fundación Mapfre pude constatar como o tema está na pauta dos dirigentes políticos na Europa há mais de três décadas.

Dentre várias questões que ameniza ou evita um grave de acidente de trânsito, matéria obrigatório de estudo foi o “fator veículo” e até onde sua tecnologia embarcada pode evitar ou amenizar um acidente.

Na Europa há um rigoroso controle de qualidade para verificar desde a construção do veículo, sua mecânica e eletrônica, especialmente no que é oferecido ao consumidor em termos de segurança ativa (ABS, ESC, ESP) e segurança passiva (air bag, cinto de segurança e call center). Sim, há veículo que quando sofre acidente um call center é acionado e se ninguém responder já é emitido um sinal para os socorristas. Infelizmente esse sistema ainda não sai de fábrica em todos os veículos, todavia, o Parlamento Europeu luta para tornar item obrigatório.

Assim como tornou item obrigatório a partir de 01 de janeiro de 2016 o Anti-lock Braking System, ABS, para todas as motocicletas a partir de 125cc.

E o que isso tudo tem haver com nós brasileiros ou com o Brasil?

Tudo!

Muito se fala em segurança viária no Brasil e nada de concreto foi realizado neste que já é o 4º ano da Década Mundial de Segurança Viária determinado pela ONU que exige a redução das mortes na ordem de 50% pelos países membros.

Há um conjunto de lições a serem realizadas para diminuir a mortalidade de mais de 60 mil pessoas/ano, segundo dados da Seguradora Líder que administra o DPVAT, onde o Poder Público, hoje muito ocupado com Copa do Mundo e gastos faraônicos com “Arenas”, tem a cumprir como via pública de qualidade e mais segura, novo modelo de habilitação, educação, fiscalização, punição, dentre muitas outras questões e a iniciativa privada, aqui me dirijo aos fabricantes a oferecer veículos de duas rodas com maior segurança ativa.

Ainda, segundo dados do DPVAT: 66% das indenizações pagas são provenientes de acidentes com moto.

É um contrassenso falar em segurança viária com foco em motocicleta, quando temos uma quantidade enorme de motocicletas sendo vendidas ainda com freio dianteiro a tambor.

Mais do que substituir o arcaico freio a tambor por freio a disco, necessário seguir a lição dos irmãos europeus e todas as motocicletas a partir de 125cc terem freio ABS dianteiro e traseiro como item de série.

Infelizmente o Brasil é carente de dados estatísticos, todavia, não tenho dúvida que uma das grandes causas de acidentes envolvendo motocicleta, além da péssima via pública é erro na frenagem que seria suprido com o sistema ABS.

A discussão tem que ser aberta no setor de duas rodas, já que no de quatro rodas desde 1º de janeiro todos os veículos são equipados de série com freio ABS (segurança ativa) e air-bag (segurança passiva) como item de série.

- Honda demonstra eficiência de frenagem do ABS em seus modelos CB 300R e XRE

 

André Garcia é motociclista, advogado especialista em Gestão e Direito de Trânsito, colunista na imprensa especializada de duas rodas, idealizador do Projeto Motociclismo com Segurança que busca aculturar a sociedade em segurança viária por meio de palestras e aulas de pilotagem, laureado com o Prêmio ABRACICLO de Jornalismo em 2008 – Destaque em Internet e em 2013 – Vencedor em Revista, com matérias de segurança viária, foi homenageado pelo Dia Internacional do Motociclista em 09/08/2013 pela Câmara Municipal de São Paulo e Associação Comercial de São Paulo com o Troféu “Marco do Paz” destinado a quem se destaca em trabalhos de ação social e pela construção da cultura de paz no mundo. E-mail: [email protected]


Fonte:
Equipe MOTO.com.br

Compartilhe:

Receba notícias de moto.com.br