Produção de motos sofre queda de 13,5% em outubro
Segundo Marcos Fermanian, presidente da Abraciclo, setor de duas rodas ainda não encontrou equilíbrio entre produção e demanda
Por Gabriel Carvalho
Por Gabriel Carvalho
A produção de motocicletas no Brasil apresentou queda no mês de outubro, segundo os dados divulgados pela Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similiares, a Abraciclo.
No mês passado, foram produzidas no Polo Industrial de Manaus 90.880 motocicletas, número que representa queda de 13,5% em relação ao total produzido em setembro, quando o total foi de 105.046 unidades.
Quando a comparação é com outubro do ano passado, que viu 109.118 unidades sairem das linhas de montagem em Manaus, a queda é ligeiramente superior: 16,7%. De janeiro a outubro deste ano, o total de motos produzidas foi de 784.421 motocicletas, 17% a menos do que no mesmo período de 2019 (945.568 unidades).
Segundo Marcos Fermanian, presidente da Abraciclo, o setor de motos ainda não conseguiu encontrar o equilíbrio entre produção e demanda. Para o dirigente, são três as razões: muitos passaram a adotar a moto como meio de transporte para evitar as aglomerações do transporte público, outros passaram a usar a moto como fonte de renda e os cotistas contemplados nos consórcios buscam os produtos originalmente designados nos planos.
Com as alterações nas fábricas para atender às medidas sanitárias em meio à pandemia da covid-19, o que acaba gerando consequências negativas no tempo de produção das motos. Fermanian, porém, destaca que a prioridade é a saúde dos funcionários nas fábricas.
“Essa alta na demanda ainda não está plenamente suportada pelas unidades fabris. As plantas foram impactadas diretamente pelas diversas adaptações necessárias para atender às medidas sanitárias recomendadas pelos órgãos de saúde, como as mudanças no layout das áreas produtivas, bem como as demais necessidades estabelecidas pelos protocolos de preservação da saúde dos funcionários. O maior distanciamento entre os postos de trabalho, por exemplo, gera aumento no tempo de produção das motocicletas. Enquanto houver riscos de disseminação do coronavírus, no entanto, essa estrutura precisará ser mantida, pois a prioridade no setor é assegurar a saúde do colaborador”, disse.
Fermanian acrescenta ainda que, apesar de algumas fabricantes terem relatado pequenos problemas no abastecimento de insumos, não há impacto no processo produtivo até o momento. “Todas as associadas estão mantendo o seu atual nível de fabricação”, comentou.
O presidente da Abraciclo finalizou ressaltando que mesmo com a pandemia, o setor gerou empregos. “De acordo com dados da Superintendência da Zona Franca de Manaus – Suframa, estamos com 12.800 empregados atuando diretamente na indústria de motocicletas. Em dezembro de 2019, contávamos com 12.159 colaboradores diretos neste segmento”, finalizou.
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