Pirelli e Michelin investem no Brasil

Com o aumento da produção e a ampliação das vendas, o país virou um oásis em meio à crise.

Por André Jordão

Aldo Tizzani

A frota nacional circulante de motocicletas deve fechar o ano perto da casa dos 15 milhões de unidades. De olho neste gigante mercado de reposição, Pirelli e Michelin querem ampliar sua participação no segmento de duas rodas. A multinacional italiana, que completa 80 anos de Brasil, investirá US$ 200 milhões até 2011. Com este sinal claro de confiança na economia brasileira, a Pirelli projeta ampliar seu faturamento em 10%.

Já a marca francesa, que está no País há 30 anos, quer chegar em 2014 com 10% de participação no aftermarket. A Michelin não fala em investimento, mais sim em uma nova postura com a ampliação dos pontos de vendas e ações de marketing mais arrojadas. Apesar da crise mundial, as vendas da Michelin no Brasil registraram um crescimento de 7% no primeiro semestre.  E quem ganha com esta nova onda de investimento? O motociclista brasileiro, que terá pneus melhores e mais seguros.

Para Marco Moretta Monteiro, novo diretor de marketing e vendas da Michelin da divisão de motocicletas na América do Sul, o primeiro passo para o crescimento da marca no Brasil é a aumentar a capilaridade. “Precisamos ampliar nossos pontos de vendas. Em cinco anos, nossa meta é saltar de 4% para 10% de participação no market share”, conta o executivo dizendo que para a Michelin crescer com o mercado é preciso investir em modelos de pneus para motos até 150 cc, a base da pirâmide. Só por curiosidade, os pneus “populares” da Michelin hoje são montados pela Levorin. Quem sabe, num futuro próximo, teremos uma fábrica da marca para produzir exclusivamente pneus de moto.

”Hoje, a Michelin tem uma notoriedade, uma maior penetração com produtos premium, ou seja, motos de maior valor agregado. Porém, os mercados da Europa e Estados Unidos estão saturados. Nesta visão global de negócio, a frota brasileira de motocicletas está em crescimento. Assim, nosso principal objetivo é crescer junto com este mercado e, consequentemente, estar cada vez mais perto dos revendedores e do consumidor final”, conta Marco Monteiro.

Para ampliar esta interface, a Michelin usa a internet como ferramenta de vendas para sua linha de pneus formada pelos modelos Sirac Street, Pilot Sporty, Power One e Anakee 2. Por meio da loja virtual (www.lojamichelin.com.br), o motociclista poderá verificar o modelo ideal para sua moto ou scooter e ter condições especiais de pagamento.

80 anos de Brasil

A Pirelli é uma antiga amiga do motociclista brasileiro. Ao longo de oito décadas a empresa não parou de investir no Brasil. Hoje, 98% das motocicletas fabricadas no Brasil são equipadas com pneus Pirelli. Além disso, todos os pneus de moto convencionais comercializados em todo o mundo são fabricados na planta de Gravataí (RS). Agora, a multinacional italiana quer ampliar sua participação no mercado de reposição com investimentos e aumento na capacidade produtiva.

O Grupo investirá US$ 200 milhões no Brasil, que se soma aos US$ 100 milhões já investidos ano passado. Com esta “injeção de animo”, a Pirelli terá uma aumento de produção da ordem de 20% de pneus para veículos e motocicletas. Do total, um terço será direcionado à pesquisa e desenvolvimento.

Para Marco Trochetti Provera, presidente do Grupo Pirelli, que esteve no País especialmente para anunciar os novos investimentos da marca, disse que “o Brasil é o coração do nosso negócio, tanto em termos de tecnologia como também em resultado de vendas. E com este investimento continuaremos a ser o nº1”, afirmou Provera. Em 2008, a América do Sul representou 33% do faturamento total da Pirelli Pneus e o Brasil representa 90% da produção sulamericana.  Desse total 35% são destinados à exportação (Estados Unidos, Canadá e México).

Segundo o presidente do Grupo Pirelli, o Brasil está fazendo um bom trabalho em meio à crise mundial. “Por isso estamos seguros em fazer este aporte de capital. Investimos no crescimento da Pirelli, mas também no crescimento do País”, completou Provera, dizendo que a multinacional também tem apoiado a cultura, as artes e o esporte.


Fonte:
Agência Infomoto

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