Perto de casa tem um lugar para descansar

Prova contundente que para se começar uma nova aventura basta tirar a sua motocicleta da garagem

Por Usuário Motoreporter

Junior Batista

Outro dia no trabalho eu perguntei para dois amigos que também tem moto se eles gostariam de fazer um passeio na sexta-feira daquela semana. Como trabalhamos de madrugada o nosso Sábado já começa na sexta-feira de manhã praticamente. O pessoal mais do que prontamente topou a ideia. Mas, onde ir? Eu dei a ideia de irmos ao Shopping SerrAzul tomar café da manhã somente, pois eu queria mesmo era ver como minha Teneré 250 se saia na estrada.

Pegar a Bandeirantes com ela, mesmo que por um trecho curto, ia ser bom para testar o conforto já comprovado na cidade. Bom, já que toquei no nome da "Tenerosa", acho que cabe passar minhas impressões sobre ela. Quando comprei minha Bandit, eu passei a usar moto só nos finais de semana. Era carro pra tudo e até para o seu uso mais tedioso de ir ao trabalho. Como trabalho em Pinheiros e moro no ABC, ter o carro como meio de transporte estava se tornando um tortura e não mais aquela situação de conforto.

Sei que é reclamar de barriga cheia, pois não preferiria o transporte público, pelo menos nos dias atuais, mas estava irritante. Duas horas ou mais para simplesmente chegar em casa não se encaixava em um contexto de viver bem. Então eu queria mesmo era outra moto. Decidi qual comprar depois de caçar daqui e dali e também ter em mente que queria experimentar um estilo diferente. Cheguei ao denominador comum: Teneré 250. Não sou daqueles que enfatiza marca ou modelo, afinal de contas eu gosto de moto. Mas, a "Tenerosa" na minha opinião é uma moto excelente. São nove meses de uso diário com chuva ou sol e mais de 15.000 km no lombo da motoca. Confesso que assim que comprei a moto fiquei um pouco atordoado.

Já tinha um bom tempo que não andava em uma moto menor e estranhei bastante. No primeiro momento achei a moto frágil e parecia um pouco solta, mas com algumas voltas já tinha entendido o recado. Poxa; eu estava com meu cérebro totalmente anexado aos comandos de uma moto maior, então seria normal esse tipo de sensação, mesmo porque nada é igual. A moto não tinha nem 200 km e era só paixão. Comprovei o conforto que li em vários comentários de donos e também comprovei que a minha mão não ficava formigando depois de mais de meia hora em cima dela como ficava na minha ex-Fazer 250.

A moto superou toda e qualquer expectativa nesse quesito e se mostra até hoje muito valente para enfrentar a buraqueira e as enchentes de São Paulo (sem exageros). O design é de gosto. Eu confesso que ela surgiu na minha lista um pouco tarde, porque eu tinha achado ela feia demais, a Teneré 660 então me deixava inconformado com tanta falta de inspiração no design. Hoje eu acho as duas lindas e não é porque tenho uma. Vai entender a cabeça de quem gosta de moto. Uma coisa que ficou por muito tempo martelando na minha cabeça foi o motor. Melhor dizendo, o torque do menino.

No começo, ainda novinha, parecia que o motor estava amarrado, não é como o da Fazer 250. Você tem que trabalhar melhor o câmbio, elevar um pouco o giro ou ele vai engasgar na certa. Puxar a moto com giro abaixo de três mil rpm na época podia esquecer, abaixo disso já podia ouvir a cancela abrindo e o touro bravo pulando, porque ela pulava mesmo. Bom, deixei esse detalhe de lado, afinal é uma monocilíndrica, e fui tentar me ajustar a moto ao invés de querer o contrário. Segui o amaciamento do motor até os mil kilometros e fui me adaptando ao jeito da moto e consequentemente o gosto por ela foi aumentando.

Fiz a revisão dos mil kilometros com um questionamento ao mecânico da concessionária. Eu sempre sentia um vibração estranha entre, exatos, 3 mil rpm e 4 mil rpm. Sabe quando você come alguma coisa com farinha, dá aquela entalada e manda ver um refrigerante para desentalar? Então, era essa a sensação. Isso me incomodou bastante, mas segundo o mecânico era "normal", era "característica da moto".

Confesso que me parecia isso sim, mas que me incomodava isso sim me incomodava. Depois dessa revisão, devo confessar que melhorou, mas ainda estava lá. Eu sempre sentia. Um desses amigos do passeio de sexta-feira (que já volto para terminar) tem uma também. Eu andei na moto dele e senti ela mais solta. Ele andou na minha e andou de novo e disse: - Tá igual, não percebi nada! Bom, talvez devesse ser frescura de dono mesmo, aqueles que ou no carro ou na moto só ele sabe daquele tek tek ou do barulhinho conhecido como "agora". É, isso mesmo, quando vocês estão juntos no carro e ele diz: - Quer ver ó!? Olha! (ao invés de ouve) e manda: - É ?agora? ó!!! - Viu!? E a gente sempre responde: - Não! Bom, depois da revisão do 1.000 km melhorou, mas eu sentia.

Depois da revisão dos 5.000 km ela deu uma sumida, mas voltou. Daí quando chegou a revisão dos 10.000 km a moto ficou a coisa mais linda desse mundo. Voltou do salão de beleza show de bola. Aceleração lisa e linear, sem enroscar. Ela pode estar com 3.000 rpm que puxa que é uma beleza e se estiver abaixo disso, mas não muito, vai também. Enfim, eu estou adorando essa moto desde que comprei e apesar da frescura com essa cisma sem muito fundamento que eu tinha da vibração eu sempre gostei dela e cada vez mais estou curtindo a moto.

Creio que era uma questão de amaciar o motor, sentar o cacete nele para ele alisar de vez. Ou seja, encontrei: conforto (extremo), agilidade e economia. Essa moto consegue me complicar se for para responder se um dia troco ou não. Porque é muito boa mesmo. Bom, no meio desse monte de kilometros eu ainda não tinha ido com ela para a estrada. Então naquela sexta-feira nós três pegamos as duas "Tenerosas" e a Factor e fomos para o SerrAzul tomar café da manhã. Como um dos integrantes só iria se esperássemos ele ir treinar na academia a gente topou. Fazer o quê?

Amigo é para esses coisas, até mesmo acompanhar o outro na "ginástica!!" Ele disse meia hora e foi meia hora exatamente. Não sei se ele foi só para dar bom dia para o instrutor ou sentir o cheiro de macho suado no vestiário, mas foi meia hora mesmo. Como a acadêmia era no Jaraguá e tínhamos passado em frente a entrada do Pico do Jaraguá, então decidimos passar por lá antes. Eu, mesmo já crescidinho, nunca tinha ido até lá. E posso dizer que foi muito bom. Sim, é um passei bem curto, praticamente dentro da cidade, mas se você quer ver um pouco de mato e respirar um ar melhor acho este lugar muito bom.

A estrada que dá acesso ao Pico do Jaraguá é rodeada de mata e pode ser considerada uma "pequena serrinha". Muito boa de se pilotar tranquilamente. Se estiver com garupa dá até para bater um papo sobre a vida. Foi por isso que combinamos esse passeio, para deixar o estresse de lado, relaxar e isso funcionou muito bem. Chegamos lá em cima, sentamos um pouco, paramos para respirar e sentir todo aquele verde em volta. Tem sombras incríveis naquele lugar para você poder descansar, caminhar, conversar ou ficar um pouco consigo mesmo.

Nós subimos até as antenas lá no topo e fomos até o mirante olhar a cidade de São Paulo já bem distante. Depois de carregados de bons ares e de mente mais limpa seguimos para o SerrAzul. O caminho é o de praxe para quem conhece; Rodovia dos Bandeirante e cabo enrolado. Almoçamos no Lago Azul, que é um posto de serviços como o Frango Assado. O almoço do Lago Azul é muito bom, não é caro e o melhor: - Coma o que puder!!! Como disse aí em cima, almoçamos! Logo, nosso café da manhã tinha passado em branco devido a passagem no Pico do Jaraguá, mas isso fez toda a diferença no passeio e não seria tão interessante se não tivéssemos passado por lá.

Para finalizar, devo comentar o comportamento da "Tenerosa" na estrada foi ótimo. Tendo em mente que é uma moto 250cc e não querendo atingir 250 km/h com ela, posso dizer que ela cumpre bem o papel de uma moto cuja proposta atribuída é de ser capaz de fazer pequenas viagens. Na volta a gente abusou um pouco das motos e quando fui abastecer percebi que minha mão estava formigando um pouco, pois ficamos andando acima de 120 km/h por um bom tempo.

Depois desse dia, não sei se me acostumei, mas não senti mais minhas mãos formigando mesmo andando nessa velocidade ou acima dela por longos períodos. Fica a dica de um passeio "urbano", próximo de casa e que, na minha opinião, vale para dar uma esticada na mente, no corpo, levar a patroa para conversar, andar um pouco e reforçar os laços de amizade com alguém que você aprecia fazer um bom passeio de moto. Saímos de lá renovados, descansados e programamos o próximo passeio que eu conto assim que possível!! Abraços!!!

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Fonte:
Equipe MOTO.com.br

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