O show não pode parar

Leandro Alvares

Enquanto muitas empresas apelaram para a demissão de funcionários por causa da crise financeira global, a Honda agiu de maneira distinta, mantendo intacto o quadro de colaboradores de sua fábrica, localizada Polo Industrial de Manaus (AM).

De acordo com Paulo Takeuchi, diretor de relações internacionais da marca japonesa, até o final de fevereiro a empresa registrou um total de 9.583 pessoas em seu “elenco”. Em vez de redução, o grupo ganhou mais trabalho com o lançamento de três novas motocicletas: CG Titan Mix, CG Cargo e Bros 150.

Mesmo com todos os receios provenientes do cenário de abalo econômico, que motivou a freada no forte crescimento do segmento de duas rodas, a Honda espera encerrar 2009 com mais de 1.2 milhões de motos produzidas.

“Esperamos reajustar este número para mais, pois se trata de um valor 40% abaixo do registrado no ano passado”, declarou Takeuchi, que também preside a Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas e Similares (Abraciclo).

Andar pelos corredores da fábrica de Manaus é uma experiência única para quem gosta de moto. Divisões das mais variadas possíveis, máquinas de todos os tipos e tamanhos, avaliações rigorosas e muitas motos. São nada menos do que sete mil novos modelos produzidos por dia, um a cada 17 segundos.

A quantidade, contudo, torna-se secundária quando equiparada à qualidade. São feitos inúmeros testes com todos os itens que compõem o veículo de duas rodas. Antes, durante e depois de pronto.

Em Manaus, são fabricados dez modelos: Pop 100, Biz 125, CG 125 Fan, CG 150 Titan, CG 150 Titan Mix, NXR 150 Bros, CRF 230F, CB 600F Hornet, Shadow 750 e o quadriciclo TRX 420 Fourtrax. Um 11º deve se juntar à relação em breve; se é que já não podemos considerá-lo na lista: a nova Twister.

“Quem prestou atenção durante a visita pôde ver alguns componentes dela”, declarou um funcionário da Honda, que preferiu não se identificar. Prestamos muita atenção em cada processo e departamento visitado, mas infelizmente não flagramos nada da motocicleta.

Identificamos, entretanto, a razão que faz da montadora nipônica a líder absoluta do mercado brasileiro de motocicletas, com mais de 70% do setor em seu comando: comprometimento com aquilo que chega às mãos do consumidor, algo que ela não faz questão de esconder. Uma receita que faz muito bem para o segmento.