O retorno da V-Max

Yamaha finalmente revela sua revigorada 'muscle bike', empurrada por um motor de 1.679 cm³.

Por Leandro Alvares

Murillo Ghigonetto

Depois de muito suspense, a Yamaha pôs fim à espera e apresentou na última semana a nova V-Max 2009. O lançamento do modelo foi realizado em Madri, na Espanha, e marcou o retorno da “muscle bike” nipônica ao mercado de duas rodas.

Entre as novidades, está o visual arrojado e o motor de incríveis 200 cv. O retorno desta verdadeira lenda promete agradar a legião de admiradores que a V-Max colecionou ao desde seu lançamento em 1985.

Isso porque a Yamaha V-Max é um verdadeiro mito. O modelo não reúne apenas admiradores, mas uma legião de fanáticos em todo o mundo. Em um rápido passeio pela Internet, o número de sites, clubes e fóruns de discussão sobre o tema passa dos milhares.

Uma história de sucesso que começou na década de 1980, mais precisamente no ano de 1983, quando o projetista americano Ed Burke, da Yamaha, traçou os primeiros esboços daquilo que viria a ser a primeira V-Max da história.

Todo o desenvolvimento desta primeira versão teve como inspiração os possantes “muscle cars” americanos, com seus motores V8 que faziam a cabeça dos jovens naquela época. A idéia de Burke era criar algo equivalente para as motos, que oferecesse o máximo em estilo e desempenho para o piloto. Com isso, em 1985 era apresentada ao mundo a nova e revolucionária Yamaha V-Max, equipada com um furioso motor V4 (daí o nome V-Max) de 1.200 cm³, quatro carburadores e incríveis 145 cv de potência. Há 23 anos, eram poucas as marcas que podiam se vangloriar em oferecer tantos “atrativos”.
 
Obviamente não demorou muito para que o modelo virasse objeto de desejo de motociclistas por todo o mundo e se tornasse uma lenda. Só como título de curiosidade, segundo a Yamaha, a V-Max já soma mais de 100 mil unidades vendidas em quase três décadas de comercialização sem muitas alterações significativas em seu desenho, prova concreta de toda sua força.
 
Agora, para deleite dos fãs mais afoitos, eis que a V-Max está de volta. Ainda mais bela e moderna, a Yamaha não mediu esforços para trazer de volta ao mercado este mito sobre duas rodas, já que esteve fora de produção nos últimos anos.

Estilo marcante

De cara, não há como negar que a Yamaha procurou manter o mesmo estilo consagrado na nova V-Max 2009. O modelo está moderno e arrojado, no entanto suas linhas deixam claro que as mudanças são “bem” sutis. Talvez esse tenha sido um dos desejos de seus admiradores, já que estes puderam participar ativamente de todo o projeto de desenvolvimento da nova moto com sugestões enviadas por e-mail.
 
Na dianteira, o farol tem formato levemente ovalado e está angulado para cima, o que deixou o conjunto mais atual. O painel é simples e conta com um grande marcador analógico para a rotação do motor preso ao guidão. Dentro deste mostrador está o velocímetro digital, com boa visualização apesar de sua localização. Em cima do falso tanque (o real fica sob o assento e tem 15 litros de capacidade) está fixado um outro pequeno painel de instrumentos onde o piloto conta com marcadores como o nível do combustível, marcha atual, relógio, temperatura do motor e consumo instantâneo.

Marca registrada da linha V-Max, as famosas entradas de ar laterais estão mais eficientes que as anteriores. Maiores e junto com o sistema YCC-I (Yamaha Chip Controlled Intake), que controla o tamanho dos dutos de ar eletronicamente, são responsáveis por otimizar a performance do motor jogando mais ar na câmara de combustão e melhorando as respostas ao acelerador acima das 6.500 rotações, de acordo com a Yamaha.
 
O assento do piloto em dois níveis segue os padrões dos modelos custom, privilegiando os pilotos de menor estatura graças à baixa altura (775 mm). A rabeta remodelada está mais moderna e é outro destaque no desenho da nova V-Max. Outro ponto chamativo são os escapes curtos feitos em titânio nos dois lados da moto, que dão um ar todo especial ao conjunto.

No entanto, nada nesta moto chama mais a atenção do que o motor. Tanto para quem pilota quanto para quem admira, é impossível ficar indiferente a este  detalhe. Também, pudera. Com 1.679 cm³, sua estrutura manteve os quatro cilindros em “V” a 65º, DOHC (duplo comando de válvulas no cabeçote) com nada menos que 200 cv de potência a 9.000 rpm e torque de incríveis 17,0 kgf.m a 6.500 rpm.

Com tanta força seria fácil alcançar os 250 km/h se não fosse por um porém: a versão 2009 da V-Max chega equipada com um limitador de velocidade programado para não fazer nenhum apressadinho ultrapassar os 220 km/h.
 
Outra novidade incorporada ao conjunto mecânico está uma injeção eletrônica para atender às novas regras anti-poluição, além do já conhecido sistema de acelerador eletrônico YCC-T (Yamaha Chip Controlled Throttle), que equipa outros modelos esportivos da marca. Completa a mecânica a transmissão de cinco velocidades com a final feita por eixo cardã.

Na ciclística, apenas o chassi é novo. Do tipo diamante e todo feito em alumínio, foi desenvolvido para contribuir na centralização de massas e ajustar o centro de gravidade. A suspensão dianteira tem curso de 120 mm e a traseira usa um amortecedor com curso de 110 mm, ambas com possibilidade de ajustes. Os freios são a disco do tipo margarida e equipados com sistema ABS (antitravamento). Na frente disco duplo com 320 mm de diâmetro e atrás disco simples de 298 mm. O peso final de todo este aparato é de nada mais nada menos que 310 kg.

A nova Yamaha V-Max chega para dar continuidade a um legado de sucesso que já dura quase 30 anos. No Brasil, sem dúvida, este modelo faria enorme sucesso, já que seus admiradores por aqui também não são poucos. Mais bonita, moderna e muito mais potente que as versões anteriores, não há como negar que a nova V-Max tem tudo para continuar colhendo bons resultados de vendas nos mercados onde ela será comercializada. É ver para crer!

Fonte:
Agência Infomoto

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