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O impacto da pandemia no mercado de motos usadas

01 de October de 2025

A pandemia de Covid-19 trouxe uma transformação profunda em diferentes setores, e o mercado de motos usadas não ficou de fora. Com restrições de transporte público, aumento das entregas por aplicativos e instabilidade econômica, a moto deixou de ser apenas uma opção de lazer ou deslocamento para se tornar, de fato, uma ferramenta de trabalho e independência.

O impacto foi tão forte que, em muitos períodos de 2020 e 2021, as motos usadas chegaram a valorizar em vez de depreciar, algo raro para veículos.

 

A explosão da demanda por motos

Três fatores principais explicam o salto nas vendas de motos usadas durante a pandemia:

  • Aplicativos de entrega em alta – milhares de brasileiros buscaram nas plataformas de delivery uma nova fonte de renda, aumentando a procura por motos de baixa e média cilindrada.

  • Medo do transporte coletivo – muitas pessoas preferiram ter sua própria moto para reduzir riscos de contaminação.

  • Custo menor em comparação ao carro – com orçamento apertado, a moto usada passou a ser vista como a solução mais acessível para mobilidade.

Dados da Fenabrave mostram que, em 2021, as transferências de motos usadas cresceram mais de 17% em relação a 2019, ultrapassando 6 milhões de unidades.

Preços em alta: quando moto usada virou “ouro”

A combinação de alta demanda com baixa oferta fez o preço das motos disparar.

  • Problemas de produção – as fábricas pararam ou reduziram ritmo, afetando a entrega de motos novas.

  • Atrasos no licenciamento – dificultaram o giro de estoque em concessionárias.

  • Pressão sobre seminovas – motos com poucos anos de uso passaram a custar quase o mesmo que modelos zero km.

Resultado: em 2021 e parte de 2022, motos usadas valorizaram de 10% a 20% acima do normal. Em alguns casos, uma CG ou Biz usada era vendida mais cara do que o preço sugerido para a nova.

Perfil dos compradores mudou

Outro reflexo da pandemia foi a mudança no perfil de quem buscava motos usadas:

  • Antes: majoritariamente homens jovens, com foco em custo-benefício e lazer.

  • Durante a pandemia:

    • trabalhadores de aplicativos, precisando de motos baratas e resistentes,

    • famílias adquirindo uma segunda moto para fugir do transporte público,

    • consumidores mais velhos, que buscavam alternativa ao carro.

Isso ampliou o público do mercado de usados e consolidou a moto como veículo de massa no Brasil.

A moto como ferramenta de renda

Nunca ficou tão claro que a moto pode ser instrumento de sobrevivência econômica. Muitos trabalhadores que perderam empregos formais encontraram nos aplicativos de entrega uma saída.

  • Modelos como Honda CG, Pop e Biz, além de scooters como Yamaha NMAX, foram os mais procurados.

  • O fator decisivo era baixo custo de manutenção e alta durabilidade.

  • Muitos lojistas passaram a oferecer condições facilitadas, como consórcios rápidos e parcerias com fintechs.

Tendência de digitalização das vendas

A pandemia também acelerou a digitalização:

  • Plataformas online de classificados e portais especializados em motos usadas ganharam força.

  • Vídeos de apresentação, fotos detalhadas e atendimento por WhatsApp se tornaram padrão.

  • Soluções como o C6 Auto, ampliaram o acesso, com aprovação online e prazos estendidos.

Essa mudança permanece até hoje e trouxe mais agilidade e transparência ao mercado.

Desafios enfrentados no período

Apesar do aquecimento, nem tudo foi positivo:

  • Golpes e fraudes cresceram com o aumento das vendas online.

  • Falta de peças de reposição gerou dificuldade para manter motos usadas em dia.

  • Altos juros dificultaram o acesso ao crédito para muitos compradores.

Esses obstáculos exigiram atenção redobrada de lojistas e consumidores.

Pós-pandemia: como ficou o mercado?

Com a retomada gradual da economia, algumas tendências se consolidaram:

  • O mercado de usados segue aquecido, ainda que com preços mais estáveis.

  • A procura por motos usadas continua forte em cidades, tanto por profissionais quanto por estudantes.

  • O consumidor está mais exigente: busca histórico de manutenção, garantia estendida e financiamento flexível.

Ou seja, a pandemia pode ter passado, mas o impacto no comportamento de compra veio para ficar.

O que esperar para os próximos anos

Especialistas do setor apontam algumas projeções:

  • Mais profissionalização dos lojistas – com atenção à experiência online e credibilidade.

  • Integração com bancos digitais – financiamento e consórcios cada vez mais rápidos.

  • Demanda contínua por baixa cilindrada – motos até 160 cc seguem dominando, com destaque para CG, Biz, Pop e scooters compactas.

  • Valorização maior da manutenção preventiva – já que consumidores querem prolongar a vida útil da moto usada.

O legado das motos pós-pandemia

A pandemia transformou o mercado de motos usadas no Brasil de forma definitiva. Se antes era visto como uma alternativa secundária, hoje é um pilar do transporte e da economia.

Mais pessoas passaram a enxergar a moto não apenas como veículo de lazer, mas como solução de mobilidade e geração de renda.

👉 Para o motociclista que busca comprar ou vender, ficou a lição: informação, manutenção em dia e negociação segura são essenciais.

O impacto da pandemia mostrou que o mercado de motos usadas é resiliente e continuará relevante para milhões de brasileiros nos próximos anos.

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