Mulheres no comando
Mais de 7,5 milhões de mulheres motociclistas já são habilitadas no Brasil, número representa crescimento de 89,2 % em oito anos
Por Gian Calabrese
Por Gian Calabrese
Cada vez mais mulheres estão no comando do acelerador, o que não é difícil perceber quando transitamos pelas ruas e estradas.
A motocicleta tem sido uma das opções preferidas das mulheres brasileiras nos últimos anos, tanto que de acordo com dados do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) analisados pela Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares – Abraciclo, em 2011 havia 4.013.566 pessoas do sexo feminino com carteira de habilitação da categoria A. Em 2019, esse número saltou para 7.594.452 mulheres, o que representa uma alta de quase 90% em oito anos no país.
Além do aumento no número de habilitadas, grande parte das mulheres que optaram por essa categoria tem mais de 40 anos. Entre as mulheres com idade de 41 a 50 anos a alta nos últimos oito anos foi de 127%, passando de 572.039 em 2011, para 1.298.532 habilitadas em 2019.
Outra faixa etária que apresentou crescimento expressivo foi a de 51 a 60 anos. A alta observada foi de quase 232%, saltando de 146.273 (2011) para 485.379 habilitadas (2019).
Na avaliação de Marcos Fermanian, presidente da Abraciclo, os fatores que contribuem para essa alta são a praticidade da locomoção, os avanços tecnológicos e lançamentos de modelos mais atrativos para as mulheres. “As empresas entenderam que vale a pena investir nesse público que é fiel e exigente. Além disso, a motocicleta é muito mais econômica e tem baixo custo de manutenção. Ou seja, ela se torna um veículo prático e viável para o dia a dia”, diz.
Um exemplo de escolha pela praticidade é da publicitária Tatiana Sapateiro, de 58 anos, que adquiriu um Scooter há pouco mais de dois anos e usa para ir ao trabalho, supermercado e passeios. “Não suportava mais o trânsito da capital paulista. Levava cerca de uma hora e meia para ir de casa até o trabalho. Até que resolvi testar e nunca mais deixei a moto”, afirma Tatiana.
A paixão foi tanta que no ano passado ela criou a página “Mulheres de Scooter”, no Facebook. A ideia inicial era apenas fazer passeios. “Mas a coisa cresceu tanto que hoje trocamos ideias e dicas, principalmente para as novatas”, diz.
A secretária executiva Roberta Piero, de 52 anos, também é usuária de motocicleta e não abre mão de sua liberdade de ir e vir. Durante a semana ela usa um Scooter para ir ao trabalho e nos finais de semana curte viagens e passeio a bordo de uma motocicleta estradeira.
Apaixonada pelo estilo, Roberta faz parte do “Ladies of the road”, grupo de mulheres motociclistas que se reúne para pegar a estrada. “Por onde passamos, é normal as pessoas ficarem olhando. O povo para, olha e até tira foto”, conta. Com cerca de 600 integrantes, o grupo completa 10 anos em julho.
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