Motos elétricas não terão isenção de impostos no Brasil

Veículos de duas estão fora da resolução que reduziu a alíquota de importação para automóveis com sistema de propulsão alternativa

Por Alexandre Ciszewski

Veículos de propulsão elétrica, híbridos ou movidos a hidrogênio não pagarão mais o imposto de importação, alíquota de 35% cobrada para a entrada de automóveis importados para o Brasil, de acordo com a medida publicada no Diário Oficial da União em 27 de outubro. Infelizmente, as motos com propulsão alternativa, que mostraram grande evolução tecnológica em outros países, não foram contempladas com essa isenção.

A resolução 97/2015 da Câmara de Comércio Exterior (Camex), órgão ligado ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, não faz menção aos veículos elétricos de duas rodas. Segundo a assessoria de comunicação do Ministério, “as motocicletas elétricas não estão contempladas na resolução da Camex”. E, por enquanto, não há nenhum estudo nesse sentido. De acordo com o órgão, não foi enviado nenhum questionamento do setor de duas rodas sobre o assunto.

Como não atinge os veículos de duas rodas, como motocicletas e bicicletas, a Abraciclo – associação que reúne os fabricantes de motos e bicicletas – não quis comentar a resolução do Camex. Um fato a se lamentar, mais pela inércia dos fabricantes e importadores de motocicletas instalados no Brasil em não pleitear, do que falta de visão do Governo Federal em não ampliar o escopo da resolução.

Moto elétrica, uma questão de tempo

Os veículos de duas rodas estão fora de outras discussões sobre o futuro dos veículos elétricos e híbridos no Brasil. Em um simpósio promovido pelo SAE Brasil, que acontecerá em 17 de novembro, também não há qualquer tema ligado aos veículos de duas rodas.

Para o engenheiro Ricardo Takahira, da Comissão Técnica de Veículos Elétricos e Híbridos da SAE Brasil, a moto elétrica estará atrelada há uma nova consciência de uso, que privilegia eficiência energética e emissão zero de poluentes, além de economia de dinheiro e maior mobilidade urbana se comparada aos automóveis.

Para o engenheiro do SAE (Sociedade de Engenheiros da Mobilidade) tudo é uma questão de quebra de paradigma, aliado a uma boa infraestrutura para recarga e também uma legislação que incentive o uso e estimule a produção local. “Os veículos elétricos formam hoje um nicho de mercado, mas será a evolução natural. O grande desafio é popularizar o uso destas novas tecnologias que estão ligadas a questão ambiental e também da mobilidade urbana, seja ela coletiva ou individual”, analisa Takahira.

A evolução das motos elétricas é realidade em várias partes do mundo. Usadas como opção de transporte “limpo” em ambientes que precisam de uma maior cuidado ambiental, em corridas de motovelocidade e motocross, e até por forças armadas e policiais. Conheça alguns modelos de motos com matriz energética alternativa que trazem boa dose de tecnologia avançada.

 

ZERO MOTORCYCLES

Fundada em 2006, a marca norte-americana de motos elétrica hoje comercializa oito modelos entre streets, motards e trail. Com design inovador, peças de qualidade e bom desempenho comparado às motos alimentadas por gasolina - 54 cv (40 kW) de potência máxima. A Zero é, sem dúvida, uma referência no segmento, principalmente em função de sua versatilidade, já que pode estar em uma competição, como também ser usada pela polícia da Califórnia. Os preços variam entre US$ 11 mil e US$ 15 mil.

BMW

Primeiro maxiscooter totalmente elétrico da história da BMW, o C Evolution impressiona pelo porte e desenho moderno. Apresentado no Salão de Frankfurt de 2013, junto com o hatch i3, o modelo chamam a atenção pelo excelente acabamento e o visual futurista do painel digital, semelhante à tela de um smartphone. O motor elétrico gera 48 cavalos de potência e sua autonomia é de 100 quilômetros. Custa, na Europa, cerca de 15 mil Euros.

 

KTM

A linha E-Freeride, da KTM, foi apresentada no ano passado no Salão de Motos de Colônia (ALE). As três motocicletas elétricas – Freeride E-SX (motocross), Freeride E-XC (trail) e Freeride E-SM (supermotard) – compartilham o mesmo chassi, suspensões e freios. Como diferenciais não faz barulho, não tem embreagem e é fácil de pilotar.  A KTM equipou as três versões com o mesmo motor elétrico de arrefecimento líquido. Ele é capaz de gerar um máximo de 21,5 cavalos de potência, e é abastecido por bateria de íons de lítio de 2.6 kWh de capacidade. Os preços giram em torno de 12 mil Euros.

 

ENERGICA

A Energica Motor Company fabrica três modelos em Modena, região que abriga as principais marcas de veículos de alto desempenho da Itália. Com cara de superesportivas, já que a carenagem abraça totalmente o motor elétrico, os modelos participam de provas de motovelocidade e endurance. Só para se ter uma ideia, o motor elétrico da Ego, topo de linha, é capaz de gerar 136 cv de potência máxima. Modelos custam a partir de 25 mil Euros.

 

HARLEY-DAVIDSON

Leve (208 kg), ágil e com uma aceleração impressionante - 0 a 100 km/h em 3,8 segundos -, a Livewire é a primeira moto movida a eletricidade produzida pela Harley-Davidson, famosa por seus ruidosos motores V2. É impressionante a rapidez com que a moto chega a 100 km/h partindo do zero -- quando o uso do acelerador foi a quase 100%, é possível sentir a roda traseira destracionar. O desempenho do motor é melhor que o de muitos modelos Harley em produção - seus 55 kW equivalem a cerca de 74 cavalos. Seu comportamento dinâmico é digno de elogios e seu visual, meio futurista, agrada até mesmo quem não gosta de motos custom. Protótipo, a H-D Livewire não tem preço definido e nem previsão de venda ao público.

 


Fonte:
Agência Infomoto

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