Motociclismo em ritmo acelerado

No primeiro quadrimestre do ano, mercado de duas rodas faturou US$ 2,761 bilhões.

Por Leandro Alvares

Aldo Tizzani

Nos quatro primeiros meses do ano, o setor de duas rodas teve o melhor desempenho do Pólo Industrial de Manaus (PIM). Contabilizou faturamento de US$ 2,761 bilhões e crescimento de 54,06%, o maior se comparado aos outros setores pesquisados.

Além disso, o segmento de motocicletas já ocupa a segunda posição entre os de maior faturamento. Os números divulgados pela Suframa (Superintendência da Zona Franca de Manaus) dão conta que a fabricação de motos continua em ritmo acelerado em virtude do aquecimento do mercado interno.

A produção saltou de 629 mil unidades, de janeiro a abril de 2007, para 794 mil no mesmo período de 2008, registrando crescimento de 26,24%.

De acordo com o superintendente adjunto de Projetos da Suframa, Oldemar Ianck, o faturamento alcançado pelo Pólo Industrial de Manaus nos primeiros quatro meses do ano — US$ 9,4 bilhões — está acima do esperado e deve-se, sobretudo, ao bom desempenho do segmento de duas rodas, que registrou incremento acima de 50% em seu faturamento nesse período.

Já para Paulo Takeuchi, presidente da Abraciclo, associação que reúne os fabricantes de motocicletas, os números continuam demonstrando a alta aceitação da moto como alternativa de locomoção. “Estes dados nos incentivam ainda mais a continuar atuando fortemente pelo setor no País, além de promover e incentivar à utilização dos veículos de duas rodas como meio de transporte real e legítimo pela população brasileira”, afirma.

Made in China

Apresentando um crescimento constante na última década, o mercado de duas rodas fechará o ano com mais de 2 milhões de unidades, previsão de recorde histórico de produção e vendas.
 
Porém, nos últimos cinco anos várias marcas de origem chinesa desembarcaram no país, seja de forma direta ou disponibilizando componentes e tecnologia para parceiros brasileiros.

Exemplos não faltam: Sundown (Qingqi e Zongshen), Dafra (Lifan, Loncin e Zongshen), Traxx (Jialing), além de Hao Bao, Garini, Green, FYM etc. Hoje o mercado de duas rodas contabiliza cerca de 30 marcas chinesas sendo comercializadas no Brasil.
 
Segundo a Suframa, há 13 montadoras de motocicletas no Pólo Industrial, das quais oito estão ligadas a marcas chinesas. Outras seis, também de origem chinesa, já tem projetos aprovados e devem  entrar em operação a médio prazo.
 
No segundo semestre, o mercado terá muitas novidades, entre elas a Iros Motos, que pertence ao Grupo Microservise, empresa que fabrica CDs e DVDs. Com um investimento de 30 milhões, a nova marca acelera o ritmo das obras de sua fábrica no Pólo Industrial de Manaus. A planta terá 15 mil metros quadrados de área construída e capacidade instalada de 20 mil unidades/ano, entre motocicletas, scooters e quadriciclos.

Participação no mercado de Duas Rodas

Com essa enxurrada de novos produtos, as marcas chinesas já representam 10% do mercado brasileiro. Com esta nova onda no setor de duas rodas, as montadoras japonesas que estão no Brasil desde a dédada de 1970 perderam significativamente participação no mercado.

Segundo a Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores), no final de 2005 a Honda tinha 80,30% e a Yamaha detinha 13,55% do mercado. Hoje, a Honda detém 69,62% dos emplacamentos e a Yamaha 11,75%.

Prova de que as marcas chinesas sozinhas ou em parceria com empresas brasileiras não estão aqui para brincadeira.

Market Share:*
Honda: 69,62%
Yamaha: 11,75%
Suzuki: 8,04%
Sundown: 3,91%
Dafra: 3,56%
Outras: 3,11%

*Dados fornecidos pela Fenabrave, referente a primeira quinzena de junho de 2008.

Fonte:
Agência Infomoto

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