Moto. Medo do futuro? O que nos espera? Como estaremos?
Gostamos de moto e a evolução está, como em todas as áreas, num ritmo alucinante. Existe um limite? E os equipamentos?
Por Trinity Ronzella
Por Trinity Ronzella
Que muita coisa está acontecendo no ritmo da moto elétrica, que ultrapassa os 400km/h citada em matéria recente nós sabemos, mas, nós aqui no país da “esperteza”, onde a regra de “levar vantagem em tudo, certo?” predomina, estamos melhorando, mas num ritmo de bicicleta com motor a combustão e 2T.
Clique aqui e veja a matéria completa.
Dito isso, vou entrar num assunto que não tem fim, e bem interessante.
Já ouviu falar da Aegis Rider AG? Pois bem, essa empresa Suíça está criando um capacete usando a realidade aumentada para criar um capacete que integra perfeitamente as informações com a visão a frente.
É um negócio literalmente “de outro mundo”!
Avisos de perigo em tempo real, informar o piloto com curvas e velocidades sugeridas, navegação por satélite sobrepostas a própria estrada, e por aí vai…
Legal? Assustador? Ou, tudo junto e misturado?
Hollywood com a industria do cinema parece nos preparar para o futuro. Creio que todos nós, com mais quilometragem na vida, já assistimos o clássico “Exterminador do Futuro”, especificamente o 2, lançado em 1991. Pois bem, nesse filme, John Connor usava sua tecnologia para medir as pessoas pelo tamanho de suas roupas.
Mais atual temos o Homen de Ferro, que usa todas informações possíveis e mais algumas em seu HUD (head up display) que seria o melhor para a nossa realidade, creio eu.
Outra opção bem legal e mais assustadora é a animação Wall-e. Nela as pessoas tiram férias com óculos de realidade virtual deitadas em espreguiçadeiras “vivendo" as férias em vários lugares virtuais.
Mas, o mais interessante mesmo ficou com esse curta-metragem de seis minutos que se passa na Colombia. Não tem nada a ver com moto mas, na minha visão da realidade aumentada é o que mais se aproxima do que, creio eu, está por vir. Ou já está por ai, não sei…as coisas acontecem tão rápido que posso estar atrasado.
Assistam aqui:
Muito longe de isso acontecer? Será?
A gigante Google tentou em 2014 com o Google Glass mas, devido a vários problemas não foi adiante mas, em 2019 criou a versão 2, voltado para uso mais profissional.
A IRobot já está produzindo pequenos robôs de batalha que trabalharão em rede quando estiverem na “ativa".
Para nós, humanos, o protótipo da Aegis Rider está na terceira geração e conta com câmera na moto e uma unidade central de computador sincronizada com sensores monitorando velocidade, ângulo de inclinação e dados de GPS. Isso é cruzado com mapas, informações de limites de velocidade e características da estrada.
O mais “fácil” seria jogar isso no painel da moto mas, o desvio de atenção que já ocorre com os celulares de todas as maneiras absurdas possíveis, continuaria trabalhando contra a segurança, então o sistema é integrado a um capacete de realidade aumentada.
Assista o vídeo:
Ohhhhh! Uau!! Que incrível!
Não tem nada de espantoso, quer ver?
O nome disso é heads up display (HUD) e, em 1988 já equipava o Oldsmobile Cutlass Supreme. A maraca alemã BMW só foi lançar a sua versão em 2004.
Mas, a tecnologia é mais antiga ainda.
Na aviação eles foram desenvolvidos pela primeira vez em 1961, isso mesmo, 61!
Eram toscos, mas foi o ponta pé inicial.
Em 1970 o F-14 era equipado com horizonte artificial, altitude, velocidade, rumo, informações de armas e mísseis além de outras coisas mais.
Voltando a realidade, essa tecnologia monitora precisamente a posição e orientação do capacete em relação a moto, fazendo com que os avisos apareçam no local certo de acordo com a visão do piloto.
A Aegis Rider recebe apoio da ETH de Zurique onde, seu fundador Simon Hecker é PhD em pesquisa sobre direção autônoma. - "Eu mesmo dirijo uma motocicleta, então estou ciente da grande lacuna entre os sistemas de segurança dos carros e motocicletas modernos”- disse ele.
E a coisa vai mais longe pois a idéia é que exista um interação em tempo real, tipo o que acontece com o Waze, dos usuários contribuirem com as informações mas, melhor, a idéia é que comunidade contribua. Como se um pedestre pudesse informar ao sistema alguma ocorrência, buraco, óleo na pista que surgiu no momento e já aparecesse na tela dos usuários.
Hoje, as versões disponíveis trabalham em conjunto com um computador e sensores na moto mas, a idéia é só depender do capacete, pois muitos dos sensores necessários, a moto já possui e, inclusive as câmeras que já estão chegando nas elétricas..
A idéia é ter uma conexão sem fio com a moto mas, inicialmente eram 4 cabos, que viraram dois e, atualmente está apenas com um! Como a evolução é muito rápida, creio que, de usar apenas um cabo para usar nuvem e conexão 5G não vai demorar para acontecer.
Existem outras opções no mercado já funcionando, com diferentes complexidades.
A EyeLights criou algo menos complexo mas, que já ajuda a manter a cabeça erguida com foco na estrada, um dos problemas que os suportes de celular ou espelhamento do celular no painel da moto geram. O Eyeride Vision já equipa quase 16.000 motociclistas desde 2017 e custa hoje, em promoção 499€ .
Segue o vídeo de divulgação do produto:
Bom, só sei que a um tempo atrás, “andar de moto” se resumia a pegar o capacete, colocar uma jaqueta, luvas e curtir o vento e a estrada. Essa era a essência do motociclismo. Hoje muita coisa mudou e, os mais saudosistas ainda conseguem meio que a força, manter-se mais distantes da realidade. Hoje, “andar de moto” é pegar o capacete com intercomunicador, colocar uma jaqueta, luvas, cabo do celular, aplicativo de navegação para não errar o caminho, ouvir música, ter alertas de radares para parar de correr e depois continuar e curtir o vento e a estrada?
Será que muito disso que é usado hoje não nos tira a atenção? Não facilita para andarmos mais rápido? Faz com que prestemos menos atenção nos entornos da estrada para olhar a tela do celular ou da moto com o mapa?
Será que nossa estrada para o futuro será virtual, deitados no sofá dentro de casa?
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