Acontece
Acontece
Lucas Rizzollo
Algumas motos se tornam modelos clássicos com o passar do tempo. Seja por suas vitórias nas pistas, por inaugurar um novo segmento ou mesmo trazer alguma nova tecnologia para o mundo das duas rodas. Porém outras motos simplesmente já nascem clássicas, e são vendidas antes mesmo de chegarem às lojas. Bom exemplo disso é a recém lançada Moto Guzzi V7 Racer uma série limitada, exclusiva e numerada, que já nasce clássica.
Tudo começou com o conceito V7 Clubman Racer, no Salão de Milão (EICMA) de 2009, que agora se torna realidade. A V7 Racer chega para homenagear a lendária V7 Sport de pista. O novo modelo é sinônimo de tradição e inovação. Cada peça da nova moto foi pensada para o melhor desempenho dinâmico. Contudo, a estética não foi deixada de lado. Com o visual arrebatador de uma verdadeira café racer, a nova Guzzi faz encher os olhos até de quem não entende de moto.
Um pouco de história
O estilo de motos que hoje chamamos de Café Racer surgiu na Europa nas décadas de 50 e 60. Nesta época os motociclistas se encontravam em bares ou cafés. A diversão deles era ligar uma música no Jukebox, fazer uma corrida rápida pelas ruas e voltar ao bar antes que a música terminasse. Um dos locais mais famosos por atrair amantes do estilo é o Ace Cafe em Londres. As motos da época tinham guidões baixos, banco monoposto e só. Tudo que não fosse extremamente necessário era retirado para diminuir o peso e alcançar mais velocidade. Em alguns casos até mesmo o motor era trocado por um mais potente.
Já a Moto Guzzi é uma fabricante de motocicletas italiana que foi fundada em 1921 em Mandello del Lario. Atualmente a marca pertence ao grupo Piaggio e comercializa motos de diversas categorias, custom, naked e touring. Todas elas usam propulsores com arquitetura semelhante. Sempre bicilíndricos em “V” a 90º, como a própria marca divulga, e montados transversalmente na moto, a marca registrada da Moto Guzzi atual.
Brilhante combinação de cores
Olhando a V7 Racer pela primeira vez é impossível não notar o reluzente tanque cromado. Ele é fruto da junção de tecnologia e trabalho artesanal que permeiam todos os componentes do modelo. Sobre o tanque fica uma tira de couro, apenas com função estética, mas no melhor estilo dos anos dourados das café racers.
Outro grande diferencial é um acabamento especial feito para destacar o quadro e os cubos das rodas. A cor escolhida foi o vermelho vivo brilhante. Uma homenagem às primeiras Moto Guzzi V7 Sport. As rodas raiadas com aros em preto fosco têm 18 polegadas na dianteira e 17 na traseira. Apesar de clássicas, as rodas estão calçadas com modernos pneus Pirelli Sport Demon.
No anteparo do farol e nas laterais existe um number plate com o numeral sete, conhecido mundialmente por ser o número da perfeição. Uma pequena bolha também ajuda na hora de acelerar esta clássica cheia de “más intenções”.
Coração Guzzi
Para empurrar todo esse conjunto o motor não poderia ser outro. São dois cilindros em “V” a 90º e 744 cm³ gerando 49,4 cv a 6.800 rpm e 5,6 kgfm a míseros 3.600 rpm. O motor é clássico, porém alimentado pela moderna injeção eletrônica. Seguindo a tradição a suspensão traseira é do tipo bichoque totalmente ajustável. Na dianteira o garfo de 40 mm é da grife Marzocchi também ajustável. Porém para não perder o estilo o garfo tem sanfonas de proteção, também conhecidas como guarda-pó.
Os freios também não foram esquecidos, na dianteira um grande disco de 320 mm é mordido por uma pinça Brembo de quatro pistões. Na traseira um disco com pinça simples, todas as linhas de freio são do tipo aeroquip – revestidas em malha de aço.
Até mesmo itens esquecidos na maioria das motos receberam cuidados especiais. As pedaleiras foram feitas a partir de blocos sólidos de alumínio usinado. O painel tem mostradores redondos, combinando com o farol, com desenho clássico assim como as luzes espia. Logo abaixo dele, preso à mesa, está a placa numerada da série, mostrando que esta uma moto para poucos.
Entre os itens opcionais há um conjunto de escapamentos esportivos da marca Arrow que melhoram o desempenho e deixam o visual ainda mais agressivo. Também é possível adicionar à lista de opcionais o banco e as pedaleiras do garupa, porém é de se duvidar que o comprador de uma moto tão especial como esta pretenda levar a esposa para passear de Guzzi V7 Racer.