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Mercado de motos deve cair 11% neste ano

16 de July de 2009

Arthur Caldeira

Apesar da tímida recuperação do setor de duas rodas no segundo trimestre deste ano, quando os emplacamentos cresceram 7% se comparados aos primeiros três meses de 2009, a Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas Bicicletas e Similares (Abraciclo) projeta uma queda de 11% nas vendas em relação a 2008. Segundo o presidente da Abraciclo, Paulo Takeuchi, as vendas devem somar cerca de 1 milhão e 700 mil unidades neste ano – contra 1 milhão 910 mil no ano passado.

No primeiro semestre, foram vendidos 765.490 veículos de duas rodas – uma queda de 19% em relação ao mesmo período de 2008. A queda só não foi maior devido à tímida recuperação registrada entre abril e junho. Takeuchi e os fabricantes associados apostam nessa recuperação para minimizar a diminuição nas vendas neste ano. “O balanço (dos dois trimestres) demonstra que os efeitos da redução da Cofins estão surtindo efeito”, afirmou o presidente da Abraciclo.

Takeuchi refere-se à isenção da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) para motos de até 150cc concedida pelo Governo Federal. A medida, que valia até junho, foi prorrogada até setembro. Além disso, o governo do Estado do Amazonas, onde estão instaladas as fábricas de motocicletas, isentou os veículos de duas rodas do pagamento do IPVA até o final do ano e a Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa) prorrogou também a isenção da taxa administrativa até dezembro. Além disso, há incentivos de ICMS no estado do Amazonas. “Essas medidas devem garantir competitividade ao pólo de duas rodas e evitar demissões”, concluiu Takeuchi.

Falta de crédito é maior problema

Desde o início da crise financeira mundial a principal dificuldade do setor de motocicletas tem sido a falta de crédito para o consumidor final. “A procura pela aquisição de motocicletas continuou intensa durante todo esse período. O que afetaram as vendas foram as exigências para a aprovação de crédito e a necessidade de uma parte do valor de entrada, dificuldades oriundas da crise”, explicou Takeuchi. Algumas instituições financeiras chegaram até mesmo a cancelar linhas de crédito para o financiamento de motocicletas.

Para diminuir o problema, o presidente da Abraciclo espera que as financeiras transfiram para o setor de duas rodas o otimismo gerado pela venda de carros novos, que bateu recorde neste primeiro semestre. Além disso, outra esperança para o setor é a liberação de uma linha de crédito de R$100 milhões realizada pelo Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador (Codefat), exclusiva para financiamento de motos para motociclistas profissionais por intermédio da Caixa Econômica Federal.

Com a verba, que deve estar disponível para o público a partir de agosto, o consumidor do setor duas rodas terá maior facilidade na aprovação de crédito, além de poder financiar 100% do valor do veículo. “Os motofretistas poderão comprar sem entrada”, comemorou Takeuchi, esperando que as projeções se confirmem e o mercado atinja a projeção de 1 milhão e 700 mil unidades.  

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