Liberdade em dose dupla
Motoclube Falcões Raça Liberta completou 13 anos de estrada, festa e trabalho social.
Por Leandro Alvares
Por Leandro Alvares
Leandro Alvares
Motocicleta é um sinônimo de liberdade, assim como a ave falcão. A união de ambas, gramaticalmente falando, poderia resultar em pleonasmo, redundância de determinado assunto. No universo das duas rodas, entretanto, a relação entre a máquina e o pássaro fez nascer um motoclube. De Raça Liberta!
Criado em agosto de 1995 na cidade de Guarulhos (SP), o Falcões Raça Liberta surgiu do sonho e sentimento nutridos por Paulo Roberto de Cena, o Paulinho Payakan. “Eu tinha um pensamento e um desejo imenso de fundar um motoclube que sintonizasse com a minha filosofia de que ‘o importante é ser motociclista, responsável, ter bom-senso e humildade’”, afirma o presidente do grupo.
“Com essa idéia na cabeça e a vontade de realizá-la é que nasceu o Falcões Moto Clube de Guarulhos, que adotou o slogan Raça Liberta. Tive também a ajuda do amigo Beto Onça (Betão). Criamos e fizemos muitíssimas viagens para que este novo grupo se tornasse conhecido”.
O nome da “tribo” foi inspirado no símbolo de liberdade que a ave representa. “E também pelo fato do falcão voar mais alto que qualquer ave. Acrescentamos Raça Liberta porque somos livres e libertos”, explica o fundador de 57 anos.
Os anos de estrada, aliado ao esforço dos precursores, fizeram do Falcões um motoclube reconhecido e respeitado não apenas em Guarulhos, mas em várias localidades do país. “Hoje temos nossa Sede Nacional em Guarulhos e filiais no Rio Grande do Norte, Recife, Bahia, Espírito Santo, Rio de Janeiro, Brasília, Santos, Campinas, Vale do Paraíba, Santa Catarina e Rio Grande do Sul”, revela Payakan.
Atualmente, o motoclube Falcões conta com cerca de 350 integrantes. “Não fazemos distinção de motocicletas, mas a maioria dos associados possui máquinas com mais de 600 cilindradas”, relata o veterano.
E o que é preciso fazer para se tornar Raça Liberta? “Para ser um Falcão é preciso ter responsabilidade, bom-senso, humildade e espírito filantrópico. Avaliamos o motociclista por seis meses antes de iniciarmos o estágio da conquista do meio escudo. Para se tornar meio escudo vai mais um ano de trabalho, encontros, viagens, enfim... Depois, com mais um ano, ele pode receber o escudo cheio e virar então um integrante pleno”, esclarece.
Embora o público masculino seja predominante, muitas mulheres costumam freqüentar os festejos e participar das atividades desenvolvidas pelo grupo. “Normalmente são esposas, namoradas ou filhas de integrantes. Elas contribuem para o crescimento do motoclube com a presença, carinho, várias dicas, sugestões e nos ajudam muito em nossas festas”, afirma o motociclista.
Além de viagens e encontros periódicos, o Falcões Raça Liberta tem o hábito de realizar ações sociais e educativas. “Nos classificamos como um motoclube que, é claro, junta amigos que curtem o mototurismo e que também direciona parte de recursos e tempo para a prática da filantropia. Gostamos muito disso”, conta Payakan.
A contribuição social é feita por meio da arrecadação de alimentos nos eventos motociclísticos. “Os alimentos arrecadados em nossas festas e campanhas são entregues pessoalmente por nós a entidades pré-determinadas, nas quais temos o cuidado de verificar a idoneidade e necessidade das mesmas”.
Luta pela liberdade
Quem passa pela entrada da sede do Falcões, localizada na rua Rahal, 2000, no bairro de Picanço, em Guarulhos, não imagina a dificuldade enfrentada pelo motoclube para ter seu canto próprio. “Houve realmente uma grande luta social, política e até de marketing para demonstrar àqueles que poderiam nos ajudar o que o Falcões já fazia há mais de 10 anos no campo da ajuda à sociedade. Depois de muitos esforços, nos doaram um terreno para que pudéssemos construir nossa tão sonhada sede própria”, relembra Payakan.
“Nossa sede tem hoje por volta de 80% concluída. Faltam acabamentos nas instalações de alojamento para os viajantes motociclistas que passarem por nossa cidade e também os consultórios que queremos fazer para disponibilizar atendimento à comunidade vizinha, além de outras coisas, mas estamos trabalhando”, acrescenta o dirigente.
No final de julho, o Falcões Raça Liberta comemorou o seu 13º aniversário com uma mega festa em Guarulhos, reunindo mais de 50 mil pessoas — entre integrantes do grupo e amigos de outras filiações. Além do agito e de muito rock’n’roll, o encontro de três dias promoveu a tradicional arrecadação de alimentos para instituições carentes. De acordo com Payakan, conseguiram mais de 100 toneladas.
Voam bem alto, esses Falcões!
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