KTM: 'não existe estar no mercado sem estar nas competições'
Em exclusiva ao MOTO.com.br, Paulo Alegria, diretor geral da KTM no Brasil, fala sobre o momento atual da marca no país
Por Gabriel Carvalho
Por Gabriel Carvalho
A KTM, presente no mercado brasileiro de forma ininterrupta desde o retorno, em 2014, tem forte presença nas competições de off road no país. Em competições de asfalto, a marca atua no Mundial de Motovelocidade, com equipes oficiais nas três classes – MotoGP, Moto2 e Moto3 – sem, entretanto, disputar campeonatos do tipo no território nacional.
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Para o mercado brasileiro, a KTM tem modelos dedicados tanto ao off road como para as ruas, embora não apresente motos classificadas como integrantes do segmento das esportivas. Tendo isso como base, o que o brasileiro pode esperar da marca para os próximos anos, seja nas competições ou no mercado?
Buscando tais respostas, o MOTO.com.br entrevistou com exclusividade Paulo Alegria, diretor geral da KTM no Brasil. Confira:
MOTO.com.br: Para a KTM, qual a importância de estar presente nas competições?
Paulo Alegria: Para nós da KTM, não existe estar no mercado sem estar nas competições. Obviamente, estamos nas competições porque adoramos competir – todos que estão na KTM já fizeram algo relacionado a isso. A competição é justamente o que sustenta nossa marca no mercado, a nosso entender – e, sem dúvida, trata-se de uma ferramenta comercial e de marketing que tentamos utilizar da melhor forma.
MOTO.com.br: A KTM está nas competições de off road no Brasil, mas não disputa nenhum campeonato de motovelocidade nacional. Existe a possibilidade de a marca entrar em tais competições?
Paulo Alegria: Claro que sim, e creio que isso deve acontecer. Mas tudo a seu tempo, temos momentos no projeto que precisamos respeitar. Nesta altura, seria prematuro, pois não poderíamos oferecer algo de qualidade em um projeto de motovelocidade. Portanto, é melhor fortalecer as competições nas quais estamos presente hoje de maneira que isso proporcione a nós no futuro a oportunidade, com outro tipo de suporte, termos um projeto bom. Porque entrar na competição só por entrar não é a nossa. É, como eu disse, uma ferramenta de marketing, mas nós entramos para ganhar. Para fazermos algo, temos que fazer bem. Pois queremos ganhar. Competir só serve comercialmente se vencermos, um 17º lugar é muito menos interessante do que o primeiro.
MOTO.com.br: Caso se concretize a entrada da KTM em campeonatos de motovelocidade, existe o interesse em desenvolver um jovem talento para fazer o caminho rumo ao Mundial de Motovelocidade?
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Paulo Alegria: Não serei muito concreto agora, mas vamos lá. Veja o exemplo do Bruno Crivilin: ele mostrou valor, foi consistente e nós estamos o apoiando. Ele já participou do Six Days Enduro, do (Red Bull) Romaniacs, agora vai novamente para o Mundial de Enduro – duas provas, talvez quatro. E o que nos interessa, particularmente no projeto para o Brasil, é encontrar pilotos de valor – e existem talentos no país – que possam fazer o percurso interno na KTM e alcancem uma visibilidade maior ainda. Tudo o que nós fazemos aqui é monitorado buscando a possibilidade de um piloto brasileiro dar o passo seguinte. Já vimos brasileiros andando em alto nível no motociclismo, agora temos o Eric Granado – que é excelente. Queremos que isso aconteça dentro da KTM no futuro, mas é um processo. É necessário ter paciência.
MOTO.com.br: Um nicho que tem crescido no Brasil é o das pequenas esportivas. Yamaha e Kawasaki, por exemplo, têm feito sucesso com as compactas carenadas. A KTM tem a RC 390, que não está à venda no Brasil. A marca tem planos de trazer o modelo para o mercado nacional?
Paulo Alegria: Eu vejo a Duke 390 com mais performance do que as esportivas dessas marcas. Estrategicamente, temos a visão do que será nossa gama de modelos daqui a três, cinco anos. A questão é que, olhando para o mercado, há certa ‘canibalização’ entre as esportivas e as naked, o cliente transita de uma para a outra facilmente. Então quando você introduz um modelo, ele tem que acrescentar algo significativo, não ser somente uma alternativa. Então precisamos ter cuidado. A 390 e a 200 são as motos com melhor desempenho dos respectivos segmentos – e digo isto porque é verdade. Melhor relação peso-potência, melhor sistema de freios, melhores suspensões, enfim. Você olha para as especificações de uma KTM 200 ou 390 e não encontra nada sequer parecido. Se o cliente procura esportividade, ele já encontra nesses modelos. Se ele quer ir para a pista é outra história, mas para o mercado, se um cliente procura desempenho, essas são as melhores motos que ele pode comprar. Temos as motos mais esportivas à venda no país, sem dúvida.
Entrevista: Gabriel Carvalho/MOTO.com.br
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