Julho tem melhor resultado do ano
Com 143.720 unidades emplacadas, fabricantes e distribuidores vêem tendência de retomada.
Por André Jordão
Por André Jordão
Arthur Caldeira
Assim como a economia em geral, o mercado de motocicletas dá sinais de que o pior da crise já passou e lentamente vai se recuperando. Algumas fábricas mostraram seus lançamentos recentemente, outras apresentaram os modelos 2009 adaptados às novas leis de emissão de poluentes e os números de vendas refletem o aquecimento do setor: em julho foram emplacados 143.720 veículos de duas rodas, o melhor mês deste ano e um crescimento de quase 7% se comparado ao mês anterior (junho).
“Se compararmos as vendas em julho com as médias dos primeiros trimestres, verificamos uma tendência de crescimento, de retomada. Os números de julho superaram as médias dos períodos anteriores”, analisa Sergio Reze, presidente da Federação Nacional da Distribuição dos Veículos Automotores (Fenabrave). Nos três primeiros meses do ano, foram vendidas em média 123.000 motos. Já no segundo trimestre, o número subiu para 132.000 unidades.
Consórcio cresce
A principal dificuldade do segmento de duas rodas desde o início da crise tem sido a falta de crédito para o financiamento de motocicletas. “A partir de 2003, os financiamentos tiveram um papel fundamental no crescimento de vendas de motocicletas em todo o território nacional. Em outubro do ano passado, imediatamente após a crise financeira nos EUA, sentimos a retração na concessão de crédito. Tivemos uma perda de 50% nos financiamentos, devido ao excessivo rigor nas análises de créditos, representando uma redução de 30% no volume total de vendas no último trimestre de 2008”, declarou, por e-mail, Roberto Akyiama, diretor comercial da Moto Honda da Amazônia.
Apesar das dificuldades, o diretor comercial da fabricante líder de mercado, com 71,28% do market share, afirma que o cenário começa a mudar. “Hoje, no entanto, já sentimos o retorno gradativo dos financiamentos e também o excelente momento do consórcio, que cresceu 13% nas entregas do primeiro semestre de 2009”, acrescentou Akyiama, apontando o consórcio como uma saída para o setor.
“As vendas nessa modalidade de negócio vêm aumentando substancialmente. O consórcio tem como principais vantagens parcelas baixas e ausência de juros. É cobrada apenas uma taxa de administração, que se refere à remuneração paga pelo consorciado à administradora pelos serviços que presta na organização e gestão do grupo”, diz. Além das vantagens financeiras, o diretor comercial da Honda ressalta que, como as exigências documentais do consórcio são simplificadas, facilitam os procedimentos para os consumidores que atuam na economia informal.
Queda no acumulado
Mesmo com o bom resultado das vendas de motos em julho, o setor de motos deve registrar queda nas vendas em relação ao ano passado. Nos sete primeiros meses de 2009 foram comercializadas 909.454 motos contra 1.149.822 no mesmo período de 2008 – uma queda de 20,9%. “Não vamos voltar ao mesmo patamar do ano passado, até porque a vendas foram recordes. Mas as perdas devem ser minimizadas”, acredita Reze, presidente da Fenabrave.
Akyiama da Honda também compartilha da opinião de que o pior já passou e faz projeções: “Com o retorno gradativo (do financiamento), que já pode ser sentido, acreditamos que no segundo semestre possamos chegar a patamares de vendas mensais do período pré-crise, totalizando 2009 no mesmo nível de 2007”, finalizou.
Em 2007, foram vendidas pouco mais de 1.700.000 motocicletas no Brasil – deste total 1.250.000 unidades eram Honda. Segundo fabricantes e distribuidores, neste ano as vendas devem alcançar este patamar.
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