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Especial: por que cães atacam motos?

12 de September de 2018

Ninguém discorda que os cães são nossos grandes aliados. Há séculos, ajudam na caça e na guarda de nossas casas e até cumprem funções perigosas, como farejar bombas ou vasculhar locais de tragédias em busca de sobreviventes. Porém, o “trabalho” mais reconhecido dos cães é nos fazer companhia, por isso são tão amados e adorados. 

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Segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), existem mais de 52 milhões de cães no Brasil. Infelizmente, nem todos são bem tratados, têm abrigo ou são sempre “amigáveis”. E, alguns parecem não gostar especificamente de motos, carros e bicicletas. Saiba o motivo e o que fazer se um cachorro correr atrás da sua moto.

De acordo com o veterinário comportamentalista Marcelo Henzel, o cão é originário dos lobos e preserva muitos instintos desses animais selvagens. Claro que estão mais sociáveis, mas ainda assim mantém o hábito de “perseguir e abater a presa”. “O cão tem guardado dentro dele a vontade de caçar e também a forte noção de território, heranças de seus ancestrais”, explica o profissional. 

Por isso, a simples passagem de uma moto na rua pode incomodá-lo e também assustá-lo. “A reação do cachorro para defender seu território é correr atrás, perseguir o veículo como se fosse uma presa. O cão age como se o seu território estivesse sendo invadido pela moto”, afirma Henzel. 

Só uma brincadeira
Esse comportamento também acontece quando o cão vê alguém de skate, o caminhão de lixo ou mesmo um automóvel. Às vezes o cão quer se divertir ou caçar e pode ter uma atitude estranha, como se esconder e atacar de surpresa. 

Quem viveu isso foi o fotógrafo Marcelo Vigneron, que vive em Campos do Jordão (SP). Pilotando sua moto, percebeu um cachorro no posto de gasolina olhando em sua direção. Tudo parecia tranquilo, mas estava enganado. “Ele esperou eu passar, se esgueirou por trás dos carros, veio sorrateiro e mordeu meu calcanhar. Por sorte eu estava calçando botas”. O fotógrafo acelerou e conseguiu escapar sem grandes problemas, mas lembra que o susto foi grande. “Eu não imaginava que um cachorro fizesse isso”, afirmou Vigneron. 

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Em seu relato, Vigneron lembra que voltou ao posto e o cachorro estava lá. “Ao me ver entrando devagarinho no posto tive a sensação que me reconheceu, sentiu a encrenca, meteu o rabo entre as pernas e num instante foi se esconder. Falei com o frentista, que admitiu conhecer e alimentar o animal e fui reclamando do perigo que era aquele cachorro. O cara não deu a menor bola e me sugeriu reclamar com o dono do posto. Que, claro, não estava lá”. Relembra o fotógrafo, que ainda fez as pazes e tirou uma foto com o cachorro.

Caçando a moto
Já o psicólogo Rodrigo Castro não teve tanta sorte e acabou atropelando um cão. “Ele estava ao lado da estrada e nem parecia se incomodar com a minha passagem, porém ele atacou a moto e entrou debaixo da roda. Infelizmente eu nem tive tempo de esboçar qualquer reação e acabei caindo”.

Para o psicólogo, a grande lição foi a importância do uso dos equipamentos de proteção e também uma postura mais defensiva quando estiver passando ao lado de um cão. “Agora eu reduzo a velocidade e, se possível, passo longe do animal”, afirma o experiente motociclista que já fez muitas viagens de moto.

Como evitar
Henzel explica que, na maioria dos casos, diminuir a velocidade e até parar a moto é uma atitude capaz de cessar o ataque. “Ao reduzir a velocidade o piloto diminui o estímulo ao cachorro. Na cabeça do animal o fato da presa parar praticamente acaba com a caça”. Marcelo também lembra que, ao reduzir, a moto emite menos ruído – que pode ser um dos motivos do ataque.

Algumas pessoas se defendem tentando chutar o cachorro, porém o risco é perder o equilíbrio e cair da moto. “Muitas vezes, atacar o animal pode despertar a ira e fazer o cão partir para o ataque”, alerta o veterinário.

Infelizmente, não existe uma fórmula totalmente segura para evitar o ataque. Quem for mordido, terá que higienizar o local com água e sabão, depois procurar um pronto socorro. Lá os profissionais de saúde aplicam as vacinas necessárias e farão os curativos de acordo com o ferimento.

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