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Especial: Filho (a) de motociclista... Motociclista é

12 de August de 2016

O dito popular “Filho de peixe... Peixinho é” pode muito bem ser aplicado ao motociclismo . Pois muitos filhos e filhas herdaram de seus pais a paixão pelas duas rodas . Afinal, quando crianças sempre presenciaram o paizão se preparando para andar de moto  e ficam encantados com o ronco das máquinas .

Enquanto alguns pais têm pavor de imaginar seu filho, ou filha, pilotando uma motocicleta , outros assumem o papel de educador e incentivam os filhos a começarem a pilotar uma moto , levando para passeios na garupa ou dando as primeiras dicas na condução, e até mesmo, entrando na pista. Conheça algumas histórias de pais e filhos motociclistas .

Companheiro de aventuras
Embora Lucca Wolff Pimenta tenha apenas 17 anos, o paizão Valdir Pimenta Jr ., mais conhecido como Jr. Pimenta, não vê a hora de o filho tirar a carta e acompanhá-lo nas viagens de moto que costuma fazer no Brasil e no exterior. “Incentivo muito e quero que ele venha a ser meu parceiro de passeios. Eu, mais do que ele, quero que tire carta de moto ! Será um imenso prazer fazer os passeios com ele junto, tocando sua própria moto ”, revela o administrador de 47 anos.



Mas enquanto esse dia não chega, Lucca já rodou muito na garupa da BMW R 1200GS Adventure  do pai, aventureiro experiente que já viajou de moto em muitos países da América do Sul e Europa . “A primeira grande viagem do Lucca comigo foi para Assunção, no Paraguai. Rodamos 700 km no primeiro dia e outros 1.000 km no segundo. Ficamos dois dias lá e voltamos. Ele adorou e se mostrou um excelente companheiro de viagem”, lembra o pai coruja. 

A partir de então, as viagens com o filho na garupa não pararam mais. “Faço passeios todo final de semana. Também adoro acampar de moto e já fomos para o Parque Nacional do Itatiaia algumas vezes, pois eu costumava praticar alpinismo”, relembra. 

Para Jr. Pimenta, a moto ajuda e muito na sua relação com o filho. “A moto exige absoluta confiança entre piloto e garupa. E fazer isso com o filho é fantástico, porque naturalmente já existe uma relação de confiança do filho para com o pai, mas na moto essa relação aumenta. Porque, mesmo que ele seja criança, é preciso explicar pra ele que não pode ficar chacoalhando lá atrás, ensina que é preciso inclinar para o mesmo lado nas curvas... E aí é que a está a diferença: a princípio, todo filho obedece, mas confiar cegamente faz uma diferença impressionante, faz a relação ficar mais duradoura e muito prazerosa, não apenas aquela relação normal entre pai e filho”. 

Mas o sonho mesmo é poder um dia fazer uma grande viagem, com a esposa na garupa e o Lucca acompanhando em sua moto. “Uma aventura grande mesmo, rodar seis meses toda a Europa ou os Estados Unidos . Na verdade, já tenho esta viagem pronta: roteiro, paradas, tudo...” Agora só falta o filho Lucca tirar a carta.

Paixão que atravessa gerações
Até hoje, aos 54 anos, o servidor público Alexandre Fagundes lembra-se do dia em que o pai militar o levou ainda criança para uma apresentação dos pilotos do exército com suas motos Harley-Davidson . “Andei na garupa de uma das motos e, passei a vida sonhando em ter uma Harley”, diz ele. O sonho de Alexandre foi realizado em 2012, quando após tantas outras motos, comprou a sua própria H-D. Mas a paixão pelo motociclismo e pela marca norte-americana acabou contaminando o filho, Érick.

“Quando ele tinha 10 anos, eu comprei uma Honda Biz e voltei a andar de moto . Ele quis aprender e dava umas voltas no condomínio fechado em que morávamos”, relembra o pai, todo orgulhoso. Atualmente, Érick tem 21 anos e sempre que pode pega “emprestada” a Harley-Davidson Softail Deluxe da mãe, Denise, para ir às aulas de engenharia eletrônica na Universidade de Brasília . 

“Ela não gosta muito que ele ande de moto no trânsito todo dia, mas não tem jeito. O Érick gosta e já está guardando dinheiro para comprar a sua Harley. Ele gostava da V-Rod, mas agora mudou de ideia e quer uma Fat Boy”, conta o pai satisfeito, já que como harleiro tradicional acha que o motor Revolution da V-Rod não tem muito a ver com a marca. A paixão por motos e pela H-D levou Alexandre a se tornar o diretor da divisão de Brasília (DF) do Harley Owners Group, o HOG , grupo de proprietários da Harley, neste ano. “Eu nem ando de carro. Vou e volto do trabalhar com minha Ultra Limited todo dia. Às vezes até faço um caminho mais longo para não pegar trânsito e rodar com tranquilidade”, afirma Fagundes que, além de contaminar o filho com o “vírus” do motociclismo , ensina também a pilotar com prudência e sem pressa. “O Érick fez o curso de mecânica básica e também já fez alguns módulos dos cursos de pilotagem da Harley”, conta o pai orgulhoso.

Parceiros de pista
Desde jovem Marco Bueno andava de moto , mas estava há um bom tempo distante do motociclismo . Até que o filho Felipe fez renascer a paixão do empresário pelas duas rodas. “Ele sempre gostou de moto e há cerca de cinco anos comprou uma Kawasaki Z 750 e me trouxe de volta ao guidão”, relembra o pai, hoje com 60 anos. Empolgado em voltar a pilotar , Marco comprou a moto do filho, que trocou a naked japonesa pela superesportiva inglesa Triumph Daytona 675. 

“A gente sempre fazia uns passeios nas estradas e o pessoal abusava. Sempre acontecia alguma coisa, alguns amigos sofreram acidentes e aí eu falei para o meu filho: ‘vamos andar em uma pista para sentir como é’”, conta o experiente pai-motociclista . Felipe, 33 anos, topou e pegou gosto pela coisa, assim como Marco. 

“No começo a gente ia andar em um kartódromo lá em Registro (SP). Depois percebemos que tínhamos muito a aprender e fomos fazer um curso de pilotagem juntos. Já fizemos diversos outros”, relembra. A parceria entre pai e filho na pista já rendeu trackdays em diversas pistas: Piracicaba, Velocittá, Fazenda Capuava e até Interlagos . 

“A gente até vendeu nossas motos e compramos uma Kawasaki ZX-6R e a preparamos só para andar na pista”, explica Marco, ressaltando que o lugar de acelerar para valer é mesmo em circuitos fechados e não nas ruas e estradas. Questionado se não tem medo de o Felipe acelerar na pista , o pai diz: “Ele fica mais preocupado comigo do que eu com ele. Tenho aquela preocupação normal de pai, mas confio nele e na moto ”, revela. “Mas o Felipe está andando bem, fez clínicas e está fazendo 1min 49seg com uma moto 600cc em Interlagos”, conta o pai todo orgulhoso do rápido parceiro de pista e da vida.

TEXTO: Arthur Caldeira / Agência INFOMOTO
FOTOS: Arquivo Pessoal e Divulgação

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