Esforço pela realização do sonho de duas rodas

Uma aventura ao retornar para casa com a nova motocicleta, uma Honda CBR 1000.

Por Leandro Alvares

Fabio Hermelindo

Depois de andar muito, de pesquisar bastante, de ser mal atendido em Belo Horizonte, dólar sobe, dólar desce, resolvi comprar minha moto. Optei pela Honda CBR 1000.

Achei uma em São José do Rio Preto (SP). Peguei um ônibus e fui até lá. Ao chegar, deparei-me com um sonho alvinegro na vitrine enorme da loja. Havia uma vermelha ao lado, uma preta do outro e a minha ao meio era linda. Olhos arregalados e cara de má querendo estrada.

Depois de todos os conformes da compra, vesti a roupa e peguei estrada. Saí de São José às 15h com aquela máquina. Parecia um sonho, brava mas dócil ao mesmo tempo. Tanque cheio, eu sozinho passando por aquelas enormes retas cheias de canaviais, tudo tranqüilo até anoitecer.

Estava com uma viseira iridium azul, quando olhei na mochila e notei que tinha esquecido a branca em casa. Começou então o problema. Tive que vir de viseira aberta, poeira nos olhos, mosquito se arrebentando em mim e para terminar esqueci de olhar o combustível,  tamanha era a concentração na estrada e a ânsia de chegar.

Andei na reserva por muito tempo e nada de posto. Já quase achando que ia ficar na estrada, avistei então uma pequena luz ao longe. Era o tão sonhado local! Cheguei quase sem uma gota, abasteci e todos de olho na máquina perguntavam se era modelo novo.

Conversei um pouquinho e fui. Fiquei mais esperto no caminho, acelerei a moto, ultrapassava fácil os pesados caminhões bi trem, estava morto de cansado, mas queria chegar no mesmo dia, pois tinha que trabalhar ao amanhecer.

O corpo já estava dormente. Andei sem parar por horas um pouco devagar, pois era noite e eu quase não enxergava nada. Quando vi minha cidade chegando, brilhando ao longe, meu corpo até melhorou.

Ao parar na porta de casa olhei relógio, eram 22h. Guardei a motocicleta, apreciei sua beleza mais um pouquinho com os olhos negros de tanta fumaça de caminhão e fui descansar. Desmaiei sonhando, todo dolorido e com os olhos inchado, mas valeu a pena.

O “motonauta” Fabio Hermelindo participou do Moto Repórter, canal de jornalismo participativo do MOTO.com.br. Para mandar sua notícia, clique aqui.


Fonte:
Moto Repórter

Compartilhe:

Receba notícias de moto.com.br