Energia que faz um centavo por quilômetro

A Empresa de energia CPFL e a Unicamp se juntam para desenvolver veículos elétricos.

Por Adilson

A CPFL Energia e a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) se juntaram para desenvolver inovações voltadas ao mercado de veículos elétricos.

O ponto de partida para esse projeto se deu na 60ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), em Campinas.

O projeto visa estudar e desenvolver técnicas para o aprimoramento tecnológico de uma motocicleta elétrica, de modo a contribuir para a economia de combustíveis fósseis e para a preservação do meio ambiente. O veículo é silencioso e não emite gases tóxicos causadores do efeito estufa.

“Nos últimos quatro anos, a empresa vem desenvolvendo 26 projetos de pesquisa e desenvolvimento em parceria com a Unicamp, dos quais 16 foram encerrados com resultados positivos, em um valor global de cerca de R$ 26 milhões”, disse Paulo Cezar Coelho Tavares, vice-presidente de Gestão de Energia da CPFL.

“Esse projeto que acaba de ser lançado certamente será um sucesso, pois trará mais qualidade de vida paras as pessoas e um futuro melhor para o planeta”, declarou.

 Após assinar o protocolo de intenções, o reitor José Tadeu Jorge expressou seu apoio ao projeto. “Para a Unicamp é uma satisfação muito grande estreitar essa nova parceria, uma vez que mais um trabalho sendo iniciado significa que os encerrados deram certo, o que nos permite pleitear novos projetos”, afirmou.

“Essa parceria entre universidade e empresa mostra que a academia está cumprindo seu papel de produzir conhecimento novo e fazer com que essas inovações beneficiem o país, produzindo emprego, renda e gerando riqueza para o desenvolvimento”, disse.

De acordo com Luiz Antônio Rossi, coordenador do Núcleo Interdisciplinar de Planejamento Energético (Nipe) da Unicamp, que será responsável pelas pesquisas, elas se concentrarão em áreas como a otimização da tração do veículo em diferentes condições de uso e tipos de terreno encontrados no Brasil, ampliação de autonomia e redução do tempo de recarga da bateria.

Atualmente, o veículo tem autonomia de 50 quilômetros e leva quatro horas para recarregar a bateria. O projeto pretende elevar a autonomia para 150 quilômetros e reduzir o tempo de recarga para duas horas. O custo por quilômetro percorrido gira em torno de um centavo.

“Um dos principais gargalos é o sistema de bateria, que, por ser de chumbo ácido, é muito pesada, tem vida útil pequena e tempo de recarga grande. Elas deverão ser substituídas por baterias de íon lítio, que têm potência maior e são mais resistentes. Com isso, teremos tempo menor de substituição e conseguiremos vencer distâncias maiores”, disse Rossi à Agência FAPESP.

Outros pontos serão resolver o condicionamento da potência da moto, que envolve o sistema formado por bateria, parte mecânica e tração.

“Além de estudarmos motores de ar comprimido, o projeto inclui ainda a criação de uma logística de mercado para a recarga de baterias em lojas especializadas, em troca de uma espécie de cartão de abastecimento”, explicou.

“O desafio do Nipe é grande por envolver o desenvolvimento responsável do ponto de vista tecnológico, ambiental e social”, concluiu Rossi.

Segundo ele, essas pesquisas deverão ser realizadas em um prazo de seis meses, quando a CPFL Energia, seguindo um plano de negócio predefinido, deverá importar cerca de 50 novas unidades da moto elétrica para adaptação tecnológica e comercialização.


Fonte:
Divulgação

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