Eduardo Mendes
O cidadão abre o jornal e se depara com um belo anúncio de uma nova marca de motos. Ele olha, folheia, lê, relê, avalia o design, preço, condições, etc.
Talvez o maior mérito de uma boa campanha publicitária seja aquele “poder” de despertar dentro da gente um desejo quase incontrolável de ver, olhar, tocar e sentir o objeto alvo. E, logicamente, impulsionar o consumidor rumo à concessionária para lá saciar esta ânsia e, por que não, transformar o nosso desejo em uma realidade em duas rodas.
O problema todo é que infelizmente a quase totalidade dos pontos de venda, e por tabela seus vendedores, ainda não sabe desta premissa: o objetivo principal da propaganda não é vender. É levar o cliente até a loja e lá sim o papel do vendedor é satisfazer os desejos despertados pelo anúncio e VENDER! Lindo não?
Pois bem amigo, todo o esforço — e bota esforço nisso — gasto pelo fabricante vai por ralo abaixo quando a “coisa” no ponto de venda simplesmente não acontece. Vejamos: catapultado pelo belo anúncio, a pessoa tenta em vão adquirir a moto (uma Kansas 150 modelo Custom) exatamente como foi anunciada, preço e condições, não em uma, mas em duas concessionárias da nova marca aqui no Rio de janeiro.
A primeira informação dada pelo vendedor é de que “sem entrada, o Banco Itaú não aprova”. Daí o cidadão indaga sobre o enunciado na mídia e recebe a pérola: “É só propaganda”.
O indivíduo então explica que tem renda comprovada de oito mil reais, CPF sem restrições, várias contas em bancos, todas especiais, cartão Amex, casa própria, carro ano 2004 quitado... E a resposta? “Não vamos nem tentar. Sem entrada com taxa de 2,1% ao mês o Itaú não está aprovando”.
Maravilha. A esta altura qualquer pessoa já teria ido embora. Mas não. O nosso cidadão gostou realmente do modelo e sugeriu então uma entrada de R$ 1.500, ou quase 30% do valor da moto, que era de R$ 5.590. “Agora sim! Vamos passar a ficha”, diz o sorridente vendedor, que logo já emenda. “Só que com entrada a taxa é de 2,6%, viu?”.
Já em estado de choque, o protagonista desta história pega sua calculadora e descobre que, além de tudo, o vendedor estava mal informado. A taxa era na verdade de 2,85% ao mês. Moral: De que adianta todo o esforço publicitário? Sugiro a nova marca que troque urgentemente de banco parceiro, pois senão a “coisa” não vai andar.
O cidadão deste relato, acho que nem precisaria dizer, fui eu mesmo. Um motociclista de 43 anos, que já teve DT180, RD350, Ténéré e XL, mas que não pilotava há uma década.
E você, caro leitor, pode se perguntar: E aí, comprou? Sim, comprei. Uma linda moto na concorrência (Sundown), mais cara, mais potente e com taxa de 1,86% ao mês! Detalhe: sem anúncio.
O “motonauta” Eduardo Mendes participou do Moto Repórter, canal de jornalismo participativo do MOTO.com.br. Para mandar sua notícia, clique aqui.
RESPOSTA DA DAFRA MOTOS:
A Dafra Motos, além de estabelecer padrões rígidos quanto à qualidade de seus produtos, tem também extremo zelo com a qualidade do atendimento prestado pelos funcionários e colaboradores de sua rede de concessionários ao público consumidor.
Por essa razão, nos causa estranheza a informação contida na nota “Dúvida Intrigante: Propaganda Vende” acerca de um atendimento repleto de desencontros supostamente oferecido a um cliente da Dafra Motos em uma concessionária no Rio de Janeiro.
Entramos em contato com nossa rede concessionária nesse estado e verificamos que todas estão alinhadas com as diretrizes da Dafra Motos no que diz respeito à correção das informações prestadas ao público, bem como à forma de prestá-las.
Colocamo-nos à disposição do internauta Eduardo Mendes, autor da nota citada acima, e de qualquer outro potencial consumidor com problema semelhante, para maiores esclarecimentos.
Reiteramos ainda que, conforme divulgamos em todos os nossos materiais publicitários e outras formas de comunicação ao público, nossos financiamentos, conduzidos pelo Dafra Financiamentos, em parceria com o Banco Itaú, tem diversos planos, com ou sem entrada.
Enfatizamos que mais de 40% de nossas vendas financiadas são feitas sem entrada, porém destacamos que as normas para aprovação de crédito podem, em determinados casos, necessitar de entrada para compatibilizar prestação e renda do cliente, procedimento comum em todo o sistema financeiro brasileiro.
Atenciosamente,
Dafra Motos.
Moto Repórter
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