Ducati Multistrada 1200 fica mais robusta e mais inteligente
Marca italiana equipou a bigtrail com motorização mais potente e torcuda, e muita eletrônica embarcada
Por Aladim Lopes Gonçalves
Por Aladim Lopes Gonçalves
Carlos Bazela
A Ducati aproveitou a edição 2014 do Salão de Milão para repaginar a Multistrada 1200. Lançada em 2010, a versátil moto já foi definida pelo ex-CEO, Gabriele del Torchio, como o projeto mais acertado da Casa de Borgo Panigale. E, para garantir que ela continue se destacando no line-up, o modelo recebeu o novo propulsor Testastretta DVT, com comando de válvulas variável, muita eletrônica embarcada e design mais imponente. O modelo chega aos mercados norte americano e europeu em março de 2015 nas versões standard e “S” com preço a partir de 17.695 dólares, o equivalente a cerca de R$ 47.000.
No quesito estética, a moto recebeu alterações marcantes. Os destaques ficam por conta do novo conjunto óptico, formado por LEDs na versão “S, que está mais alongado e anguloso. E também pelo “bico” dianteiro, redesenhado com entradas de ar ainda maiores e que agora compõe a carenagem, ao invés de parecer uma peça encaixada nela, como era na versão anterior.
Essas alterações deixaram a Multistrada com porte mais robusto, principalmente quando vista de frente. Além disso, criam uma ilusão de ótica em relação à roda dianteira de 17’’, que parece menor. Mudanças também foram feitas na rabeta, que recebeu uma lanterna maior e nos escapes, mais compridos e com diâmetro alargado. O modelo chega em março nos Estados Unidos com preço sugerido de 17.695 dólares, o equivalente a cerca de R$ 47.000. Já a requintada versão “S” sai por 2.000 dólares a mais, o que no total corresponde a aproximadamente R$ 52.000.
O novo Desmodrômico
A nova geração da Multstrada sai de fábrica equipada com a mais recente criação da Ducati: o motor Testastretta DVT ou “Desmodromic Variable Timing”. De acordo com a marca, o propulsor conserva o famoso comando desmodrômico. Mas, agora, as válvulas de admissão e escape não têm funcionam necessariamente de forma simultânea. Sensores nos cabeçotes fazem com que o tempo de abertura e fechamento das válvulas seja variável e independente, daí o nome.
Na prática, o sistema faz com que o funcionamento do motor se adapte ao que é exigido dele. Em baixas e médias rotações, por exemplo, a operação é suave, com entrega de potência mais fluida e bastante torque. O novo propulsor de 1198,4 cm³ também elevou os números de desempenho e e agora confere à Multistrada 160 cv de potência máxima a 9.500 rpm, enquanto o torque máximo aumentou para 13,8 kgf.m nos mesmos 7.500 giros da versão anterior. O câmbio é de seis velocidades.
De acordo com a marca italiana, o novo motor também tem intervalo maior de manutenção em relação ao seu predecessor. A Ducati recomenda revisá-lo a cada 15.000 quilômetros (ou anualmente), enquanto as válvulas devem ser ajustadas em intervalos de 30.000 quilômetros.
Mais conforto para viajar
A Ducati fez também alguns ajustes na ergonomia da Multistrada. O assento, por exemplo, está 20 mm mais longo e mais estreito na parte da frente. Com isso, o piloto alcança o chão com mais facilidade. Para facilitar o acesso, a peça ainda tem altura ajustável de 825 a 845 mm. As pedaleiras, por sua vez, trazem partes de borracha, para diminuir a vibração. Estes, entretanto, podem ser removidos para melhorar a pilotagem com botas off-road.
Montada sobre um quadro treliçado de aço, a Multistrada ainda conta com dois subquadros laterais feitos em fibra de vidro com alta resistência à torção. Na nova geração, a estrutura foi reforçada e a distância livre do solo aumentou para 180 mm, 20 mm a mais do que na anterior. De acordo com a Ducati, a novidade é bem-vinda para trechos onde o asfalto acaba. Pensando nisso, aliás, a moto sai de fábrica com pneus de uso misto Pirelli Scorpion Trail II com medidas 190/55 R17 na traseira e 120/77 R17, na roda dianteira.
Na ciclística, a Multistrada 1200 conserva o garfo telescópico invertido e o monobraço traseiro em alumínio com amortecedor Sachs. Ambos os conjuntos são totalmente ajustáveis e tem 170 mm de curso. Os freios são da grife Brembo com duas unidades de 320 mm de diâmetro mordidas por pinças radiais de quatro pistões na roda dianteira. Já na traseira, o disco único tem diâmetro de 265 mm com pinça flutuante de dois pistões.
A grande novidade fica por conta da adição do sistema de freios ABS da Bosch nas duas rodas com atuação em curvas. Equipado como item de série, o conjunto leva em consideração novas leituras de sensores, como o ângulo de inclinação da moto para funcionar com precisão maior do que um ABS convencional.
Bigtrail inteligente
O painel da nova Multistrada mais parece um daqueles videogames portáteis de última geração, por conta da tela central em LCD com as luzes espias em volta. A comparação faz ainda mais sentido na versão S da bigtrail, que traz tela de 5’’ colorida e com tecnologia TFT, encontrada em monitores, para maior nitidez. Nele, também chama a atenção a “agulha”, que abriga o indicador de marcha engatada.
O novo mostrador digital reflete a forte presença eletrônica na bigtrail. Além do ABS, a moto traz como itens de série: controle de tração ajustável em oito níveis, controle de wheeling, quatro modos de pilotagem e sistema “Hands free” que detecta a presença da chave e permite a partida, mesmo que ela não esteja inserida na ignição. Tudo devidamente gerenciado pela Unidade de Medida Inercial (IMU), central eletrônica que promete ser o grande avanço para as motocicletas dessa nova geração.
Na versão S, a IMU controla também a suspensão eletrônica semi-ativa Skyhook, presente em sua forma evoluída, que se ajusta de maneira ainda mais precisa às imperfeições do piso. E também os piscas de acionamento automático. Já a Multistrada 1200 S D|Air, disponível no mercado Europeu, traz ainda uma interface interligada às roupas desenvolvidas em parceria com a grife Dainese, equipadas com airbag embutido. Caso sensores na moto detectem a queda do piloto, o sistema sem fio infla automaticamente as bolsas de ar.
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