Diagnóstico precoce pode evitar gastos com a moto

Confira algumas dicas e recomendações importantes para andar sempre com as manutenções em dia e com mais segurança

Por Aladim Lopes Gonçalves

Guilherme Silveira

Quando a manutenção da moto é esquecida, normalmente aparecem sintomas que dão pistas sobre problemas mais graves. Conheça os avisos que mostram a hora de ir para a oficina, pois a manutenção preventiva da moto pode ser comparada aos check-ups de saúde das pessoas. Alguns preferem evitá-los ao máximo, com receio de aparecer algum “mal maior”. Outros gostam de se prevenir, evitando doenças mais graves com antecedência. No caso das motos, a manutenção é simples (e barata em modelos menores), além de rápida de realizar. Mais que o básico (calibrar pneus e trocar o óleo), há algumas verificações importantes, sendo aconselhável também manter os olhos e ouvidos atentos.

Muitos problemas dão “sinais sonoros”. O fato é que, com uma simples revisão, se economiza em gastos futuros e mantém a moto sempre confiável, pronta para enfrentar ruas e estradas. A seguir, mostramos os principais itens a serem checados periodicamente:

1- Pastilhas em cacofonia – A checagem e troca das pastilhas (e lonas) de freio é um cuidado essencial. O melhor é verificar o estado das pastilhas todo mês. Isso pode ser feito visualmente, olhando nas pinças de freio, ou mesmo pelo nível do reservatório do fluído. Se estiver muito baixo, indica que as pastilhas já se desgastaram bastante. Se ouvir barulho de metal contra metal, vá logo para a oficina e use o mínimo de freio. Quando isso ocorre, além das pastilhas, provavelmente o disco também precisará ser trocado. Da mesma forma, ruídos metálicos no freio traseiro indicam que as lonas de freio acabaram.

2- Velas e filtro de ar – Apesar de serem itens diferentes, influenciam diretamente no funcionamento do motor. Quando as velas e o filtro estão gastos ou sujos, o principal sintoma é perda de rendimento e aumento de consumo de combustível. O filtro do ar, quando repleto de resíduos, diminui a entrada de ar para o motor, enquanto a vela com eletrodos desgastados queima mal o combustível. De maneira geral, a troca dos dois componentes é feita a cada 10 mil km. Segundo o expert Alex Bongiovanni, da Officine Moto, “se a moto encara estradas de terra, o filtro tem sua troca abreviada para menos de 10 mil km. Já as velas devem ser inspecionadas e, caso não estejam no final da vida, precisam ser limpas e ter a folga do eletrodo ajustada”.

3 - Cabos em dia – O manete de embreagem muito duro pode indicar cabo prestes a arrebentar. O ideal é regular o manete quando a distância para a embreagem começar a atuar estiver com mais de 2 cm (medidos na ponta do manete). Pode parecer besteira, mas deixar a folga desregulada é capaz de condenar a embreagem e, a longo prazo, até danificar o câmbio. “Há casos em que as marchas não engatam mais, e quem sofre diretamente com isso é o sistema de embreagem, que precisa ser trocado antes do tempo”, complementa Bongiovanni. Ou seja, se o acionamento da embreagem estiver muito pesado, ou as marchas difíceis de entrar, vá à oficina e resolva o problema antes de ter um prejuízo maior.

4 - Rolamento cantante – Rolamentos de roda são componentes robustos, mas dependendo da quilometragem e até do peso da moto, dão sinais de desgaste excessivo. Um deles é um ruído que parece vir dos freios. Para avaliar o estado dos rolamentos, basta chacoalhar cada roda para os lados (longitudinalmente) com a moto parada, à procura de folgas. Se existirem, é sinal de que os rolamentos devem ser trocados, sob pena de travar a roda e até causar um acidente.

5 – O fim da relação – O tempo de vida da relação depende muito da suavidade de pilotagem, lubrificação e qualidade dos componentes. Sabendo usar a embreagem e o acelerador sem trancos, vão longe. Porém, não se deve economizar na hora de trocar o “kit” (coroa, pinhão e corrente) sob pena de danificar componentes mais caros, como a carcaça do câmbio/motor: se a corrente escapa ou arrebenta, pode se enrolar no pinhão e quebrar outras peças. Sinais visuais de relação “cansada”: pinhão com dentes “redondos” e baixos e dentes da coroa (junto à roda) “deitados”. Bons mecânicos sabem a hora da troca e vale checar o sistema quando fizer a trocar o óleo, por exemplo.

6 - Caixa de direção em férias – A caixa de direção (rolamentos entre a suspensão dianteira e o quadro) só mostra desgastes quando é tarde demais. Ideal é regular a caixa a cada 10 mil km, e o principal indício de falta de ajuste (ou necessidade de troca de rolamentos) é a moto imprecisa para manter trajetória reta em baixa velocidade. Quando o sistema está folgado (e com a pista interna dos rolamentos já marcada), o aviso surge ao frear, com ruídos como “cloc cloc” no guidão. Se isso acontecer, substitua rolamentos e suas pistas (um kit), do contrário a moto fica “desobediente”, difícil de pilotar. É possível avaliar o estado da caixa de direção com a moto no cavalete, girando o guidão. O “calo” formado se mostra com os movimentos do guidão, que parece “flutuar” em determinada posição de esterço, ou se move com ruídos.

7 - Bateria ruim – Principalmente em motos com injeção de combustível, a bateria em fim de vida dá sinais claros de fadiga. O mais comum é a partida elétrica girando o motor lentamente, ou a moto morrendo em marcha-lenta. O manete de embreagem muito duro pode indicar cabo prestes a arrebentar. Quando ela está muito ruim – baterias pifam mais no inverno – basta a moto ficar parada por alguns dias que a partida fica ainda mais lenta.

Alex Bongiovanni relata que “quando a tensão elétrica da bateria fica muito baixa, a bobina de ignição e a bomba de combustível trabalham mal, bastando acender a luz de freio, para que a moto apague”. Ou seja, troque a bateria para evitar ficar solitário na rua.

8 - Óleo eterno – O intervalo de troca de óleo indicado pelo fabricante deve ser seguido, ou até trocar antes do recomendado. Bongiovanni acredita que trocas fixadas em 10 mil km só devem ser respeitadas quando se roda muito em estradas, condição na qual o lubrificante mantém melhor suas propriedades. Segundo ele, de maneira geral, lubrificantes sintéticos da melhor qualidade não devem rodar mais do que 8 mil km, principalmente em motos que trafegam muito na cidade. Em motos menores, o intervalo de troca geralmente é bem mais curto, podendo chegar a 2.000 km. Independente da quilometragem, verifique semanalmente o nível do óleo pela vareta (ou visor no bloco do motor). Além disso, respeite a indicação do fabricante quanto ao tipo e viscosidade do lubrificante. Ideal é sempre trocar o filtro do óleo, para que os resíduos nele restantes não se juntem ao novo óleo.

Outro cuidado é em relação ao tempo de troca de óleo, em motos que rodam pouco. Independente da quilometragem, o lubrificante do motor (que é o mesmo da transmissão), dura um ano quando está no cárter. Um dos indícios de óleo vencido é a dificuldade de achar a posição “Neutro” no câmbio, além de engates mais duros que o usual.

Agradecimento: officinemoto.com.br


Fonte:
Agência Infomoto

Compartilhe:

Receba notícias de moto.com.br