Dia Internacional da Mulher: Motociclista

Neste dia o MOTO.com.br conversou com três mulheres que realmente vivem sobre a moto.

Por André Jordão

André Jordão

Aproveitando esta data especial — Dia Internacional da Mulher —, o MOTO.com.br traz uma entrevista com três mulheres muito especiais.

Mas por que especiais? É simples, pois elas são apaixonadas por suas motos. E não pensem que elas andam como garupas; estas representantes do sexo feminino têm muita fibra e garantem que seus destinos são traçados por suas vontades.

Elas fazem parte de uma comunidade do Orkut, chamada “mulheres de moto”, e essa é só uma forma de demonstrar toda a paixão que as acompanha. Agora vamos conferir esse papo.


MOTO.com.br: Há quanto tempo vocês andam de moto?

Márcia Chou: Não lembro direito a data, mas acredito que ando de moto desde 2000.

Aparecida Lima: Há 27 anos. Desde 1982

Eliane Dantas: Comecei a andar com 12 anos quando eu e minhas irmãs ganhamos uma mobilete do meu pai como brinquedo. Nós morávamos no sítio e não tinha problema algum andar e era nossa maior diversão, isso já faz exatamente 12 anos.

M: São apaixonadas por moto? Por alguma influência? De quem?

MC: Amo motos. Tinha um amigo da minha prima em Salvador que tinha uma moto grande, acho que era na linha das Hayabusa, eu era bem pequena na época, mas fiquei encantada desde então.

AL: Sim, amo moto!Uma moto bonita, digo sempre que é uma preciosidade! Chama muito a minha atenção. Sinto uma grande emoção e alegria por poder admirá-la. Proporciona em meu coração, uma sensação de imensa satisfação. É uma forma de emoção que consegue ascender a chama que me faz sentir muito viva, capaz, liberta e feliz.
É claro que a paixão por uma motociclista está em ter o privilégio de poder andar de moto. Na verdade, tive influência do meu pai que também ama moto. Lembro-me quando ainda pequenina, eu já gostava de andar de moto com papai. Ele conta que eu tinha 04 anos de idade e ele me levava para passear de moto à tardinha pela cidade pacata ou às vezes pegava o rumo dos campos, assim nós admirávamos também a natureza.

ED: Gosto bastante é aquela história que começou desde a infância  como um brinquedo o tempo passou e só mudou um pouquinho o tamanho do brinquedo.

M: Reúnem-se com amigas para praticar, ou simplesmente andar de moto?

MC: Não costumo me reunir não, mas gosto de passear sozinha às vezes, para sentir a brisa suave na pele. Quando eu aumentar a cilindrada entro para um motoclube.

AL: Nos reunimos para andar de moto, falar sobre moto e marcar viagens para compartilharmos de Encontros de Motociclismo Estradeira.

ED: Sim, todas minhas amigas têm moto, e aproveitamos o fim de semana pra andar na cidade.

M: Enfrentam preconceito por ser motociclista? De quem na maioria?

MC: Não tive nenhum problema com relação a ser motociclista.

AL: Sim. Na época atual, ainda confrontamos com pessoas que trazem aquela mentalidade que ser motociclista é ser baderneiro, doidão e viver drogado. As próprias pessoas que convivem conosco e conhecedoras de nossa identidade, são as que mantém esta mentalidade. Dizem: isto não combina com você. Portanto, devemos divulgar o motociclismo com muito carinho e consciência. Orientar as pessoas sobre o que é ser motociclista. Mostrar que temos consciência, disciplina, regulamentos e que ainda neste meio, aprendemos a cultivar, preservar e conquistar amizades saudáveis. Somos na verdade, uma irmandade!
"Que ser motociclista é um estado de espírito, é uma paixão, é um jeito de ser, é a vontade de muitos e a coragem de poucos!”.

ED: Sim, principalmente de homens mais velhos quando cruzam por nós no trânsito.

M: A família aceita bem? O namorado (marido) aceita?

MC: Minha mãe fica um pouco apreensiva.

AL: Sim. A família também gosta de moto. E o marido também.

ED: Sim numa boa, afinal de contas foi através dos meus pais que tive o primeiro contato com moto, e o namorado  aprendeu a andar de moto comigo, tem total segurança em mim e anda numa boa na minha garupa.

M: Possuem motocicleta? Qual?

MC: Tenho uma Twister 250cc, preta. LINDA!

AL: Sim. Tenho duas motos: uma CG Titan 125cc e a outra é uma Virago 250cc da Yamaha.

ED: Sim, CG 125cc.

M: Acompanham campeonatos de moto (na terra ou no asfalto)? Por não ter cobertura ou não gosta?

MC: Gosto de ver os GP’s. São os estilos de motos que mais me atraem.

AL: Não. Não gosto de campeonato.

ED: Sempre quando tem alguma etapa de campeonato de motocross ou motovelocidade próximo a minha cidade procuro participar.

M: Frequentam encontros de moto? Está na sua agenda anual?

MC: Todo ano tem encontro de motociclistas aqui em Aracaju e eu sempre vou.

AL: Sim. Como também faço parte do MC Mutun “s do Asfalto, faço viagem para eventos quando tenho disponibilidade de tempo.

ED: Já participei mais hoje estou meio afastada.

M: Possuem alguma história inusitada ou simplesmente uma viagem legal que você possa relatar?

MC: Não, nada em especial ainda.

AL: Sim. Já fiz várias viagens, mas tem uma que fui ao Pico de Ibituruna em Governador Valadares (MG). Naquela época, fui com o meu namorado e um casal de amigos motociclista. Tamanha era a minha coragem que eu fui pilotando uma CB 400. Ela era lindíssima! De cor grafite perolizada e motor todo cromado. Sabe, onde eu passava, todos olhavam e admiravam. Eu vibrava com isto! Me sentia o máximo!Realmente a moto era muito pesada e grande. Era desproporcional com a minha postura física. Era igual à formiga e o elefantinho. Eu quase sumia nela!
O lugar lá era muito bonito. Fazíamos paradas nos locais atraentes para sentir o ar puro do alto e parecia que estávamos sobre as nuvens! Como era linda e encantadora toda aquela beleza da topografia diferente e natural. Tinha até pessoas voando de asas Delta! O que marcou a viagem também foi quando de volta, em declive acentuado e pelo trecho de estrada de chão; eu comecei a deslizar sobre o banco da moto e quase atravessei o guidão. Não sei como consegui controlar e me equilibrar novamente. Acho que só não caí porque eu estava bem acompanhada. Eu estava em uma viagem de moto e tinha companhia de amigos motociclistas. Que maravilha!Estes Irmãos nos repassam companherismo, coragem, proteção e aquela alegria. Foi uma aventura maravilhosa. Saudades dos velhos tempos.

ED: Nada inusitado, além de ser multada por pilotar na ciclovia tentando fugir do trânsito, dei bobeira mesmo.

M: No dia 8 de março vocês andarão de moto?

MC: Provavelmente, é meu meio de transporte e uma das minhas paixões.

AL: Sim. Com certeza que comemorarei o dia 08 de março, andando muito de moto com entusiasmo, alegria e incentivando todas as mulheres. Acho que futuramente o mercado de vendas de motos estará mais voltado para as mulheres. Acho que comemorarei também o Ano Internacional das Mulheres Motociclistas!

ED: Com certeza sim.

M: Qual a motocicleta dos sonhos?

MC: A RR 600cc, não preciso de muita potência, porque na verdade quero poder curtir o passeio com ela. Acho o design muito bonito.
 
AL: A minha moto Virago 250cc já é o meu sonho. Ela se chama MEL e  traduz "doçura". Esta máquina me injeta adrenalina, coragem e realização. Como também me faz liberar muita serotonina. O importante não é "aquela moto" e sim andar de moto.

ED: Que tal uma R-6...

M: Em sua opinião, as mulheres são mais corretas na pilotagem do que os homens? Por quê?

MC: Não sei se corretas, mas são mais cuidadosas porque tem mais medo do contato direto com o asfalto do que os homens.
 
AL: Sim. Acho que as mulheres são mais pacientes, cuidadosas, observadoras, atenciosas e prudentes. Mesmo assim eles dizem: só podia ser mulher na direção! Isto é uma piada!

ED: Com certeza, as mulheres são mais cuidadosas e mais cautelosas não costumam sair por ai apostando racha em lugares desapropriados e fazer "gracinha" para aparecer, como muitos meninos novinhos costumam fazer.

M: Já sofreram algum acidente de moto?

MC: Já cai duas vezes. A primeira foi de Scooter, nada muito sério, só umas escoriações ardidas. A queda pra valer foi com uma twister anterior, quebrei o punho, na verdade minha articulação virou farelo, passei por cirurgia, tive que fazer enxerto ósseo, tive várias escoriações bem maiores e bem mais ardidas, mas agora está tudo bacana, passei um ano sem querer saber de moto, depois comprei outra twister. E quero chegar à 600cc.

AL: Não. Apesar de eu ser uma motociclista bastante cuidadosa e consciente; é claro que Deus nosso Pai tem cuidado muito bem de mim. E graças a Deus, eu nunca sofri acidentes de moto. Tenho hoje 54 anos de idade e quero chegar nos 100, sem tombos e problemas. Na verdade, sabemos que o pára-choque de moto somos nós mesmas!
E que, "velocidade encurta vidas, mas, não encurta distância!”.

ED: Acidente grave não, mas tombos normais já tiveram muitos.

Para acessar a comunidade “Mulheres de Moto”, basta pertencer ao Orkut e clicar no link abaixo.
 http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?cmm=271329.


Fonte:
Equipe MOTO.com.br

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