CR&S Duu: a nova geração das café racers
Exótico modelo italiano prova que os conceitos muitas vezes já nascem preparados para ganhar as ruas
Por Leandro Lodo
Por Leandro Lodo
Carlos Bazela
Ainda que leve o mesmo nome, um modelo de produção normalmente difere – às vezes muito – do conceito mostrado nos salões que a marca participa. Não com a CR&S Duu. Vista pela primeira vez durante o Salão de Milão de 2009, a café racer italiana “fato a mano” pela pequena marca sediada nos arredores de Milão, chegou ao mercado dois anos mais tarde exatamente da forma como foi exibida. Não contente, a exótica naked ganhou novas versões e opções de acabamento.
De volta à Itália no ano passado, a moto apareceu diferente. Os faróis, antes duas lâmpadas arredondadas afixadas nas laterais do garfo, deram lugar a um conjunto óptico único. Mais convencional, o novo farol tem desenho triangular, mais condizente com o uso urbano. Mudanças para ficar ainda melhor, mas sem perder as linhas que a definiram.
No mais, a Duu mantém sua identidade. A rabeta continua curta (mesmo na versão biposto) e o suporte da placa “colado” à roda traseira, seguindo os moldes da Ducati Diavel, foi adotado para que a moto mantivesse o design do conceito. As aletas laterais, que outrora serviam como invólucro para os faróis, permanecem agora como adereço. A roda raiada traseira sustentada por monobraço e os escapes de ponteira dupla no lado direito também permanecem inalterados.
Gigante pela própria natureza
Tudo na Duu denota grandeza. São 2197 mm de comprimento, 770 mm de largura e um peso seco de 245 kg. Para acompanhar o porte robusto, a naked italiana conta com um motor de dois cilindros em “V” - daí, inclusive que se origina seu nome, pois Duu significa dois no dialeto milanês – é fabricado pela norte-americana S&S e tem 1913 cm³ com diâmetro x curso de 104,8 x 111,1 mm.
Entretanto, engana-se quem espera o velocímetro passando dos 300 Km/h. O propulsor é capaz de gerar 96,5 cv de potência máxima a 5.100 rpm. Pouco quando comparada com outras superbikes nascidas na Itália. Mas, o torque de 16,11kgf.m a 4300 rpm pode fazer inveja às mais tradicionais cruisers norte-americanas. Para garantir a frenagem, freios Brembo com disco duplo de 320 mm de diâmetro e pinça de quatro pistões na roda dianteira e, na traseira, disco único de 260 mm de diâmetro mordido por pinça de duplo pistão.
A ciclística também favorece o conforto na pilotagem da café racer da CR&S. O guidão alto impede que o piloto machuque o peito no bocal protuberante do tanque de gasolina (que pode ser trocado para privilegiar pilotos de estatura menor). Por falar no tanque, ele chama a atenção por não estar em cima da moto, mas dentro dela. O chassi de aço inoxidável envolve motor e tanque de combustível, alem de fornecer sustentação para o restante da estrutura.
No quesito suspensão, detalhe para o monobraço traseiro, que tem 127 mm de curso. O conjunto está preso à coluna central do chassi, que forma um estiloso elemento vazado abaixo do assento. Na frente, a principal característica das motos esportivas: garfo telescópico invertido “upside-down” com 120 mm de curso.
Monte sua moto
A Duu é oferecida pela CR&S em quatro versões. A Deperlù, monoposto, e a Conlatusa, com garupa. Cada uma delas, por sua vez, conta com duas opções, com câmbio de cinco e seis velocidades. Mas, da mesma forma que a marca italiana faz com a Vun – seu modelo monocilíndrico fabricado desde o meio dos anos 1990 – a Duu também é totalmente personalizável. São opcionais que vão desde a sutileza dos piscas de LED até drásticas alterações no visual, como a troca do farol poligonal pelo conjunto óptico que equipava o conceito.
Fora os assessórios, como um bagageiro na forma de falso tanque de gasolina para ser encaixado ao redor do bocal, a marca italiana oferece também ao proprietário diversas opções de cores e acabamentos. O conceito por trás de tanta identidade, entretanto, é dos mais simples: acabar com a “tirania” do ano/modelo. Portanto, ao passo que cada Duu é única ao sair da linha de montagem, ela também mantém a mesma estrutura suscetível a adaptações ano após ano, permitindo que uma moto fabricada em 2010 possa ter o aspecto de outra feita em 2012 com a substituição de uma ou outra peça.
No entanto, toda essa exclusividade custa caro. As versões da Duu custam entre 19 mil Euros – para a Deperlù de cinco marchas – e 21.600 Euros, valor cobrado pela Conlatusa com câmbio de seis velocidades, que correspondem a aproximadamente R$ 50 e 56 mil, respectivamente. Isso sem nenhum item de personalização e ambas pintadas na cor cinza fosca, o que nos leva a crer que uma moto totalmente equipada com tudo que a marca disponibiliza pode custar uma pequena fortuna. Ter uma Duu, infelizmente, não é para qualquer um.
- Confira vídeo de apresentação da CR&S Duu
Fotos: Divulgação
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