Compre uma moto usada sem medo de ser feliz!

Veja dicas e cuidados importantes de como não cair em armadilhas ao adquirir um modelo usado ou seminovo

Por Aladim Lopes Gonçalves

Aldo Tizzani

Cena clássica em tempos de mobilidade urbana: consumidor cansado da ineficiência do transporte público, porém sem grana para comprar a moto de seus sonhos, um modelo “zero bala”. Uma boa opção pode ser uma moto usada ou seminova. Mas antes de tudo procure um modelo que caiba no seu bolso e que também esteja de acordo com seu estilo de pilotagem e uso. Para nos ajudar nesta peregrinação em busca da moto ideal, convocamos Humberto Cury, consultor de vendas da B&G Motos, revenda multimarcas de São Paulo (SP). Confira as dicas do especialista que atua há mais de 25 anos na compra e venda de motos. Na sequência também selecionamos algumas dicas do experiente mecânico Francisco da Silva, 50 anos, da Moto Racer, que pede atenção especial ao motor.

1) Pesquise nos sites de classificados o preço médio da moto que você quer comprar. Desconfie sempre de valores muitos baixos – podem ser sinais de um golpe ou de uma moto em más condições.

2) Se for comprar em uma loja independente, faça uma pesquisa junto aos órgãos de defesa do consumidor. Verifique a idoneidade da empresa e também a procedência do veículo.

3) Fique atento à numeração do chassi que não pode apresentar qualquer alteração ou marcas, o que pode significar adulteração e causará dor de cabeça para regularizar.

4) Com o número do Registro Nacional de Veículos Automotores (Renavam) em mãos, você pode fazer uma consulta no site do Detran de seu Estado. Verifique se há débitos, dívidas junto a instituições financeiras ou alienação.

5) Confira minuciosamente toda a documentação: Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA), Seguro Obrigatório (DPVAT) e certificado de registro e licenciamento do veículo (CRLV). Outra precaução é verificar se a moto não consta no cadastro de veículos roubados (CNVR).

6) Se o recibo de venda estiver rasurado, o reconhecimento da assinatura no documento não será efetuado pelo cartório. Se isso ocorrer, o vendedor deverá pedir uma segunda via do documento ao proprietário da moto. Na hora do acerto, o certificado de transferência deve ser preenchido, datado, assinado e contar com firma reconhecida. A transferência do veículo deve ser realizada no prazo de 30 dias, a partir da data do recibo de compra e venda. Se você vendeu seu veículo, é sua obrigação comunicar a venda ao Detran dentro de um prazo de 30 dias.

7) Atualmente existe o laudo de vistoria plena do veículo, feito por empresas credenciadas, que analisa a numeração do motor e do chassi. Confronta as características da moto com o padrão do fabricante, e ainda analisa o Cadastro Nacional do Veículo (BIN), eletronicamente, além de vistoriar os itens obrigatórios de segurança. Algumas lojas multimarcas e concessionárias já fazem esse laudo antes de revender uma moto usada. Ele serve como garantia de que a motocicleta está em ordem para rodar e não tem nenhuma adulteração. Para se prevenir de problemas futuros, uma opção é exigir esse laudo do vendedor.

8) Por fim, se fechar o negócio, exija a nota fiscal e o termo de garantia da concessionária ou loja.

Pronta para rodar
Se a moto estiver com a documentação em dia, lembre-se que é importante verificar alguns itens da parte mecânica e também da estética da moto. Consultamos o mecânico Francisco Alves da Silva, 50 anos, da Moto Racer, de São Paulo (SP). Veja as dicas do profissional que atua na área há quase 40 anos.

1) Com a moto em funcionamento, verifique se há algum barulho estranho no motor, vazamentos nas juntas e se o propulsor está queimando óleo. Se o motor soltar fumaça branca é sinal de problemas sérios.

2) Nem sempre a moto que rodou pouco é sinônimo de bom negócio. Se a moto ficou parada por muito tempo sem os devidos cuidados pode haver entupimentos ou trincas nas mangueiras, a bomba de combustível (ou de água, se houver) também pode apresentar defeitos.

3) Peça para fazer um test-ride e confira a estabilidade, o comportamento das suspensões e a eficiência do sistema de freios. Segurança em primeiro lugar.

4) Verifique trincas na pintura e pequenos amassados no tanque, paralamas e rabeta. Tais sinais podem indicar quedas. Com um mecânico de confiança veja também pontos de ferrugem, condições do kit de transmissão (corrente, coroa e pinhão), parte elétrica e pneus. Preste atenção também às pedaleiras, manoplas e manetes, caso estejam muito gastos podem indicar alta quilometragem. Não confie somente no hodômetro.

5) Se o vendedor apresentar o Manual do Proprietário e a chave reserva é sinal que ele era cuidadoso. Outro sinal de cuidado pode ser conferido no uso de componentes originais como os pneus, por exemplo.


Fonte:
Agência Infomoto

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