Com TSS e Fly 250 Traxx inicia nova fase no Brasil

Depois de atingir números expressivos no nordeste do País com família de 50cc, fabricante quer aumentar presença no Sudeste e Sul

Por André Jordão

André Jordão

A Traxx iniciou suas operações no Brasil em 2000, muito antes de inaugurar a fábrica de Manaus (AM), em 2007. Quinze anos se passaram e hoje a marca disponibiliza ao consumidor brasileiro nove modelos, sendo três de 50cc e dois de 125cc. Se você está lendo esse texto no Norte ou Nordeste do País, provavelmente conhece toda a linha “antiga” da marca – Star 50, Moby 50, Sky 50, Sky 125 e Work 125. No entanto, para a maioria dos leitores do Sudeste, Sul e Centro-Oeste do Brasil esses modelos podem ser desconhecidos.

Com uma estratégia “pé no chão”, considerada até vagarosa por muitos, a Traxx começa sua expansão pelo País. A grande aposta para conquistar as demais regiões do Brasil recai sobre quatro novos modelos: TSS e Fly 150 e TSS e Fly 250. As duas motocicletas de 150 cm³ começarão a ser vendidas somente em julho, todavia os modelos de 250cc já estão sendo comercializados nas 120 concessionárias da marca ao preço sugerido de R$ 9.390,00 (Fly 250) e R$9.590,00 (TSS 250) nas cores vermelho e preto.

Novidades

Tivemos a oportunidade, na semana passada, de visitar a fábrica da Traxx em Manaus, a convite da própria fabricante. Na ocasião, conseguimos ter um contato com as quatro novas motocicletas da marca, em Ponta Negra, no “balneário” de Manaus. Embora limitados a uma reta, foi possível ter uma primeira impressão dos modelos, que chegam com um preço agressivo para tentar incomodar as líderes de mercado.

Já havíamos testado a Fly 250 (ver aqui), então o foco passou a ser a TSS 250, modelo street que vem rivalizar, principalmente, com CB 300R e Fazer 250. Não houve como comparar, ou mesmo fazer uma avaliação completa da moto, mas é possível afirmar que a Traxx atingiu um novo patamar com seus lançamentos.

Visual arrojado, com linhas esportivas e lâmpadas em LED, por exemplo, concedem um ar mais exclusivo ao motociclista que procura algo além de se locomover. O motor monocilíndrico (OHC) de 223cc, quatro tempos, alimentado por injeção eletrônica, entrega 16 cavalos de potência a 7.500 RPM com um torque de 1,7 kgf.m a 6.000 RPM e refrigeração a ar. Gostei do desempenho do propulsor, apesar de achar desnecessária a sexta marcha, que só força o piloto a cambiar mais na cidade.

Minha crítica fica ainda com o acabamento. São notáveis alguns detalhes no punho e nas soldas que parecem destoar do conjunto moderno proposto pela marca. Mas também é perceptível a evolução das motocicletas se comparado aos modelos anteriores que desembarcaram no Brasil na década passada, seja pela Traxx ou por outro grupo chinês.

Por trás da Traxx

Já estive na China, em 2011, e na época já era notória a evolução das motocicletas chinesas. Antes projetadas para rodar majoritariamente na zona rural, as motos começaram a ganhar os grandes centros do gigante asiático neste século e, assim, exigirem mais robustez dos modelos. Essa é uma tendência por lá e aos poucos começamos a ver os resultados por aqui.

É necessário dizer que a Traxx faz parte do China South Industries Group (CSIG), um dos maiores fabricantes mundiais de motocicletas e uma das grandes multinacionais do planeta. No segmento de duas rodas, a CSIG controla a Jialing, jianshe, Luoyang e Qingq, que, juntas, representam 40% da capacidade de produção total do mercado chinês.

Por aqui, na fábrica de Manaus, os números são mais modestos: são montadas 160 motocicletas por dia. E nada é produzido, a “fábrica” apenas possui uma linha de montagem, onde as motos ganham vida com os componentes que chegam importados da China – chassi, motor e carenagens, que mesmo importados passam por diversos testes de funcionamento em Manaus.

Futuro

Embora represente uma fatia muito pequena nos negócios do CSIG, a Traxx apresentou, juntamente com as novas motocicletas, um plano de continuidade para o Brasil. Além dos dois anos de garantia oferecido para toda a linha, foi anunciado mais 60 concessionárias no País nos próximos 3 anos e novos modelos para o Salão Duas Rodas 2015: TSS 160, Sky 90 e 125. “Ainda é segredo, mas já temos um novo produto sendo desenvolvido (na China) exclusivamente para o mercado brasileiro”, adianta Dennis Renner, gerente de marketing da Traxx.

Outro detalhe importante está nas revendas Traxx. Elas são todas multimarcas, ou seja, comercializam somente os modelos Traxx, mas o serviço atende qualquer marca. Isso acontece porque 60% das peças encontradas nas motos da marca são compatíveis com motos existentes no mercado. “Temos também um espaço de 5.000 m² em Fortaleza, onde fica nossa base administrativa, somente para armazenar peças”, completa Renner.

A verdade é que o motociclista brasileiro já ouviu diversas vezes a mesma história e em muitas oportunidades foi “deixado na mão”, principalmente por fabricantes com parceiros chineses. No entanto, com uma política bem fundamentada parece que a Traxx inicia realmente uma nova fase no Brasil.


Fonte:
Equipe MOTO.com.br

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