China moderniza suas motocicletas
CIMAMotor 2010 apresenta motos menos poluentes, mais econômicas e mais interessantes.
Por André Jordão
Por André Jordão
Arthur Caldeira
Motocicletas menos poluentes e mais econômicas foram as principais estrelas da 9ª edição do CIMAMotor, a Feira Internacional do Mercado de Motocicletas na China, realizada entre 20 e 24 de outubro, na cidade de Chongqing, meio-oeste chinês.
Único salão dedicado exclusivamente ao setor de duas rodas na China, o CIMAMotor 2010 teve como foco principal os lançamentos que atendem às novas regras de emissão de poluentes para motos que entraram em vigor na China em 1º de julho deste ano. Chamada de “China 3”, a nova regulamentação visa equiparar os veículos de duas rodas chineses aos limites estabelecidos no restante do mundo, como a Euro 3, válida na Europa, e o próprio Promot 3, em vigor no Brasil desde 2009.
“Os produtos dos 400 expositores presentes ao CIMAMotor 2010 já estão de acordo com a China 3. Foi um passo importante que significa uma redução de 50% na emissão de poluentes de motocicletas”, declarou Li Bin, secretário-geral da associação chinesa dos fabricantes de motocicletas.
Com essa nova regra, os fabricantes esperam convencer o governo das diversas províncias chinesas que ainda restringem à circulação de motos a mudarem suas regras. “Os principais argumentos são de que as motos poluem e consomem demais. Com a nova regra, esperamos que a mentalidade mude”, declarou Bin.
Lançamentos para o Brasil?
A gigante HaoJue, do Grupo Dachangjiang, fabricante das motos Suzuki na China, renovou toda sua linha. “Exportamos para mais de 70 países e produzimos cerca de 3 milhões de motos, não podíamos deixar de atender à China 3”, declarou Hailan Chen, um dos diretores do grupo.
Entre os novos produtos da marca, Chen destacou a nova Suzuki GW 250, uma espécie de mini B-King, a muscle-naked de 1.300 cc da fábrica japonesa. Equipada com motor de um cilindro e 250cc, alimentado por injeção eletrônica, a GW 250 trazia freio a disco em ambas as rodas, suspensão monoamortecida na traseira e um visual bastante moderno. Sem dúvida, o modelo seria um grande concorrente para a Yamaha Fazer 250 e para a Honda CB 300R no Brasil. Ainda mais atendendo às regras do Promot 3.
Afinal, alguns modelos da HaoJue já são ou foram comercializados no Brasil. Caso do scooter Dafra Smart 125, do Suzuki Burgman 125 ou da Suzuki Yes EN 125, estes últimos descontinuados por não atenderem ao Promot 3. E por falar nisso, o scooter UA125-T Neptune injetado apresentado no CIMAMotor 2010 bem que poderia ser o substituto prometido pela Suzuki no Brasil para o aposentado Burgman 125.
Honda estréia no CIMAMotor
Outros lançamentos que também encheriam os olhos dos motociclistas brasileiros seriam as motos apresentadas pela japonesa Honda. Com um estande de 1.000 m² e uma coletiva de imprensa em japonês, a fábrica fez questão de fazer sua estréia oficial no CIMAMotor em grande estilo: mostrou as novas CBF 150SF e RR150. Focadas no público jovem chinês, da geração dos anos 80 e 90, os modelos trazem motor de um cilindro, 149,2 cm³, freio a disco nas duas rodas e um desenho bastante interessante. Carburadas, têm desempenho modesto: 11 cv a 7.500 rpm.
Segundo representantes da marca na China, as novas motos se diferenciam da concorrência chinesa por oferecerem tecnologia mais moderna e mais qualidade. Porém, o preço de cerca de 13.000 Yuan (cerca de R$ 3.500) é mais alto que a maioria das motos chinesas.
Só para comparar, a fabricante de carros e motor Lifan, originária de Chongqing, apresentou novos modelos de 150cc. Entre elas uma 150cc, com motor de refrigeração líquida, que também pode servir como gerador e bomba d’água. O preço sugerido era de pouco mais de 6.000 Yuan (R$ 1.800), ou seja, menos da metade do preço do modelo Honda.
Elétricas
Outro grande fenômeno interno na China são as motos elétricas. A Zongshen, sócia da sino-brasileira CR Zongshen, detentora da marca Kasinski, mostrou uma nova CUB elétrica. Prometendo 60 km/h de velocidade máxima e autonomia de 100 km, o modelo chamado de ZPM 1000 DW é a aposta da empresa para agradar os consumidores de motos chinesas. Segundo a Zongshen, na China as vendas de veículos elétricos de duas rodas, incluindo bicicletas e motos, é duas vezes maior do que os modelos à combustão.
Fotos: Caio Mattos
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