Acontece
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Toda boa ideia parte de uma necessidade. Seja para aprimorar um processo produtivo ou para economizar tempo, dinheiro e energia. E foi justamente isso que aconteceu com o designer de produto, Allan Tolentino, 25 anos, ao idealizar o “Rolè”, um veículo individual para deslocamento urbano.
Tolentino percebeu que gastava muito tempo para ir do trabalho à faculdade, que ficava no centro de Belo Horizonte (MG). No trajeto de pouco mais de 30 quilômetros entre Sabará e Beagá chegou a perder mais de duas horas e utilizar nove conduções, entre ônibus e metrô. A partir daí, o então estudante queria fazer seu rolê (ou rolé) em perímetro urbano de forma mais ágil, dinâmica e econômica, sem prejudicar o meio ambiente. E, é claro, com estilo!
Destinado a percorrer distâncias curtas, o “Rolè” – misto de patinete e mochila - foi criado justamente para ser um veículo dobrável, movido a energia elétrica e com o objetivo de auxiliar na mobilidade de usuários até os terminais de ônibus e metrô. “Uma boa opção seria circular com o veículo pelas ciclofaixas e ciclovias que estão se alastrando por todo o País”, afirma Tolentino.
Parte da inspiração do projeto “Rolè” veio das bicicletas dobráveis utilizadas na I Guerra Mundial. “Naquela época, as bicicletas eram usadas no campo de batalha e quando o terreno era muito acidentado ou íngreme os soldados as dobravam e as colocavam nas costas, para completar sua missão”, conta o jovem inventor.
Materiais empregados
Para a construção do protótipo, Allan Tolentino utilizou materiais leves como o alumínio que, aliás, está presente em 80% do projeto. O modelo contou ainda com rodas de skate e lateral iluminadas por neon azul. No total, o veículo pesa 14 quilos. Segundo Tolentino, o ideal é que o veículo tenha apenas 5 quilos. Para isso, além do alumínio, o inventor quer usar fibra de carbono, além de reduzir o tamanho do “Rolè” em 30%. “Entre tentativas e muitos erros, o protótipo consumiu um investimento de cerca de R$ 7.000”, confessa o designer mineiro.
O veículo está equipado com motor elétrico de 250 Watt e bateria de 36 Volt, que oferece uma autonomia de 30 Km ou uma hora de uso. A velocidade final é de 35 km/h. Para carregar o “Rolè” basta deixá-lo na tomada (110/220V) por 1h30.
Para maior interação com o usuário, o “Rolè” usa um smartphone no lugar do painel de instrumentos. Assim, com a ajuda de aplicativos, será possível calcular rotas, pontos de parada, velocidade e ouvir música durante o trajeto até os locais de trabalho e estudo.
Segundo Allan Tolentino, o “Rolè” pode ser “armado e desarmado” em apenas cinco segundos, já que conta com sistema de engate rápido, auxiliado por molas.
O grande sonho do designer de produto é que no futuro seu invento seja um projeto comunitário, no qual o patinete-mochila seja usado para percorrer o trajeto entre o local de trabalho e os terminais de ônibus e metrô - e vice e versa. Além disso, estas estações teriam que estar equipadas com eletropostos, uma realidade em algumas cidades brasileiras, como Rio de Janeiro e São Paulo.
Agora, Allan e seu “Rolè” buscam investidores para efetivamente colocar o patinete-mochila nas ruas, ajudando na mobilidade urbana dos grandes centros, sem poluir o meio ambiente.
Prêmio de inovação
O “Rolè” do designer de produto Allan Tolentino é um dos finalistas do Prêmio Alcoa, que este ano recebeu mais de 150 inscritos. A premiação, que acontece em abril, tem como objetivo incentivar o desenvolvimento de ideias inovadoras e sustentáveis com o uso do alumínio.
“O prêmio traz a profissionais e estudantes a oportunidade de criar e desenvolver produtos e soluções sustentáveis que podem trazer grandes melhorias para a nossa sociedade”, afirma o gerente de Pesquisa e Desenvolvimento da Alcoa América Latina, Jorge Gallo. Nas 12 edições anteriores, mais de dois mil projetos e cerca de 230 universidades de todo o Brasil participaram do Prêmio Alcoa de Inovação em Alumínio. Outras informações sobre o concurso acesse o site alcoa.com/brasil/pt/info_page/premio_alcoa.asp.