Bananalama 2018 reúne mais de 3 mil participantes
Evento, que está no Livro dos Recordes com marca de 2013, foi realizado em Corupá, em Santa Catarina
Por Gabriel Carvalho
Por Gabriel Carvalho
Motos fora de estrada, lama, banana, churrasco, cerveja e música sertaneja, não necessariamente nessa ordem, são os principais ingredientes do Bananalama, encontro que reuniu mais de 3.000 trilheiros na cidade de Corupá, norte de Santa Catarina, entre 5 e 8 de julho. O evento está registrado no Livro dos Recordes, o “Guinness Book”, como o maior passeio de motos off-road do mundo – a marca foi atingida em 2013, quando 3.312 motos enfrentaram as trilhas enlameadas da região.
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O Bananalama 2018, porém, foi um pouco “menor” que o recorde: apenas 3.098 participantes, com 2.796 motos e 302 quadriciclos e UTVs. No domingo, 8 de julho, todos enfrentaram uma trilha de aproximadamente 60 km ao redor da cidade catarinense, a maior produtora de bananas do estado e uma das maiores do País.
Woodstock é aqui
Mas não são apenas a lama e a banana de Corupá – “a mais doce do Brasil”, como gostam de bradar os locais – que motivam tanta gente a participar do evento. O empresário Fabricio Zimmer, 36 anos, e mais duas dezenas de amigos saíram de Capão da Canoa (RS) em dois ônibus e rodaram mais de 600 km para “comer churrasco, beber cerveja e andar de moto. Quer mais o quê?”, brincou o gaúcho que já participou de outras duas edições.
Zimmer e os amigos improvisavam espetos de bambu na área de camping do evento, conhecida como “Woodstock”, uma analogia ao estado alterado de consciência dos acampados nas noites que antecedem o passeio. Mas, ao invés de rock’n’roll, a trilha sonora que embalava os motociclistas era o sertanejo ou o ronco das motos que recebiam os últimos acertos.
Mas a Kawasaki 85cc dois tempos do portador de nanismo Mario Leiria, de 30 anos, tinha outra utilidade. Os amigos usaram a motinho para acender a churrasqueira, usando o escape para soprar o carvão. Mario e mais 12 amigos vieram de Curitiba (PR) para curtir o fora-de-estrada. “A trilha aqui é show de bola”, afirmou o motoboy Jefferson Breda, de 21 anos, que ia acelerar sua Honda Tornado com motor preparado de 340cc.
O camping do Bananalama tinha gente que veio de muito longe, como o mineiro José Lozi, 44 anos. Ele rodou mais de 1.200 km desde Carangola, no norte de Minas, para fazer uma trilha de apenas 60 km ao lado dos amigos. E nem reclamou da distância.
Mar de motos
Embora não seja uma competição, no domingo bem cedo, às 7h da manhã, alguns trilheiros já se alinhavam para a largada, que aconteceria duas horas depois. O objetivo era sair na frente e evitar o “enrosco”. Afinal, quase 3.000 motos passariam pelas mesmas estradinhas usada pelos produtores de banana.
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Tem moto de todo tipo, até mesmo algumas Honda CG 150 com pneus de trilha, como a de Jandilson Gumz. Ele e seu irmão, Everson, ambos deficientes auditivos, são de Corupá e não perdem o “trilhão” por nada. O também local Lucas Paholski, de 17 anos, comprou sua moto de trilha há pouco mais de dois meses e iria fazer sua estreia no Bananalama. “Tem estradão, mas também tem muita lama”, garantiu ele.
As motos não paravam de chegar para a área de largada, muito maior do que um campo de futebol. A cada minuto o mar de motos só aumentava. As inscrições estavam abertas até pouco tempo antes da largada e superaram o número de 2017 por volta das 8h da manhã.
A jovem Poliana Viliczinski, de 18 anos, também foi em família ao Bananalama. Poliana saiu às 5h da manhã de São Bento do Sul (SC), a 40 km de Corupá, para participar do evento ao lado do pai, Vanderlei. “É minha segunda vez aqui. É muito divertido”, disse.
“Na hora da largada todas essas motos acelerando é de arrepiar”, afirma o gaúcho de Santa Maria, Élder Zanini Frasson, de 45 anos, um dos primeiros a se enfileirar para a tão aguardada trilha.
Após uma oração para pedir proteção, o locutor incitou os trilheiros a ligarem suas motos. O ronco de quase 3.000 motos era o sinal que, depois de muita cerveja e churrasco, estava na hora de deixar “Woodstock” para trás e encarar a lama.
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