Acontece
Acontece
Os Grandes Prêmios no ano de 1954 eram dominados por Gilera e MV Agusta sem o mínimo de respeito pelos concorrentes. Na época, a Moto Guzzi dispõe de apenas um motor monocilíndrico já precisando de inovações.
Na época, o engenheiro da fábrica, Giulio Carcano, pensa em desenvolver um quatro cilindros para poder entrar na briga mas, se igualar a concorrência não era o suficiente, o foco era assumir a liderança!
A dúvida paira sobre um 6cc ou um V8… Nem preciso dizer qual foi a escolha…
Mesmo contrariando todas as expectativas e por não ocupar muito espaço na largura, em tempo recorde, oito meses depois o motor V8 e um novo quadro já estavam sendo testados em Monza. Isso era Abril de 1955!
Com apenas 50cm de largura, o oito cilindros arrefecido a água é alimentado por “apenas" oito carburadores, e produz mais de 12.000rpm desenvolvendo aproximados 80 cv.
Fazendo uma observação apenas baseada em números, me lembro das XLX 250R com dois carburadores o trabalho que dava…essa tinha OITO!
Voltando…
Colocando o motorzão para roncar nos Grandes Prêmios em 1956, a estréia não foi o esperado. O V8 liderava a Copa d’Oro em Ímola mas, a bomba d’água não aguentou.
Em Hockenheim, o piloto australiano Ken Kavanagh (que estreou em 1951 na Isle of Man com uma 350cc), torce os cabos , quebra o recorde da volta e junto, o motor!
A Guzzi vence apenas o GP da Bélgica no ano mas, por outro lado, com o piloto Dickie Dale vence os recordes de quilômetro e milhas mais rápido do mundo, com o tempo de 21”94 e 30”09 respectivamente!
Em 1957 os pilotos da Moto Guzzi vencem Siracusa, Ímola e no TT Isle of Man, Dale fica em quarto com a Guzzi.
No mesmo ano, Bill Lomas quebra o recorde de 0 a 10 km perto de Roma, com o tempo de 2min27s.
Em 1958 a aventura acaba quando a Guzzi decide abandonar os Grandes Prêmios.
O motor era um V8 4T com 498 cm3, DOHC, arrefecido a água, 80 cv a 12.000 rpm, quadro tubular de berço duplo, garfo oscilante com balancim e freios a tambor. Passou de 275 km/h!