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Acontece

Alguém já deixou a moto cair de bobeira?

29 de January de 2009

Flávio Makoto Nemoto

Ando de moto há mais ou menos dois anos e meio. Graças a Deus nunca tive nenhum acidente envolvendo terceiros. Claro que já caí ou deixei a moto cair de bobeira, por isso vou relatar alguns desses episódios. Escrevo apenas para evitamos algumas bobeiras, afinal aprendemos com o relato de outras pessoas. Aí vão alguns casos:

Quando fiz a primeira revisão, deixei a bichinha cair no chão. Parei a moto num vão entre a calçada e a avenida e não dava pé. Resultado: caí de lado. Não aconteceu nada, mas foi hilário. Se a moto estivesse ligada, era só dar uma aceleradinha boba para frente que daria pé.

Na segunda vez eu quase caí. Tinha comprado uma capa de chuva nova e as calças eram muito compridas. A barra enroscou na pedaleiras quando estava parando, mas por sorte percebi e andei muito devagar alguns metros a mais. Nesse curto espaço de tempo consegui soltar a barra da calça... Ufa!

Em outra feita, estava com minha máquina recém comprada e precisava calibrar os pneus. Parei, só que com a pedaleira mal apoiada. Quando coloquei o bico na roda dianteira, a moto foi para o chão. Que raiva! Quebrei o suporte que segura o retrovisor esquerdo e a embreagem. Bom, eram 18h em Sampa, escolhi um caminho alternativo só com ruas secundárias e levei a moto praticamente a 30 km/h até chegar a minha casa.

Não aconteceu absolutamente nada com o tanque nem com a parte traseira. O conserto ficou em R$ 20 com meu mecânico de confiança. Aprendizado: deveria ter checado, ao parar a moto, se o suporte estava bem calçado no chão.

Uma vez fui pescar com a família e resolvi seguir todos com minha custom. Eles foram por uma estrada de terra e o bobão foi acompanhando a turma. De repente afundei a roda dianteira numa parte em que havia um banco de areia. A moto foi parando, parando, parando até que a roda dianteira afundou totalmente na areia.

Foi engraçado que eu estava acompanhando a todos a mais ou menos 10 Km/h. Quando a roda afundou na areia, fui parando até cair de bobeira. Enfim, dava para ter evitado. Era só ter escapado por um dos lados que evitaria o banco de areia... Pura inexperiência.

Primeiramente, eu nem devia ter pegado a estrada de terra com moto custom. Por sorte, a pedaleira avançada segurou todo o peso da moto e não tive nenhuma avaria na máquina. Vivendo e aprendendo.

Faltando uns 100 metros para chegar em casa depois de ter participado de uma corrida, estava há mais ou menos 10 Km/h quando precisei frear, pois um carro cruzaria a minha frente. Quando apertei o freio dianteiro, minha roda dianteira simplesmente deslizou e caí devagar. Felizmente, o veículo que iria cruzar tinha percebido e parou imediatamente.

Bom, tinha óleo no asfalto e não havia muito que eu pudesse fazer. Na verdade, até havia, pois como estava andando devagar talvez pudesse ter olhado melhor para o asfalto. Este foi o incidente mais grave e, por sorte, a pedaleira avançada segurou novamente a moto. E de novo só a pedaleira que ficou toda ralada.

No sexto caso, minha esposa e eu estávamos chegando em casa, aguardando o portão ser aberto. O acesso ao meu condomínio é pouquinho íngreme, por isso soltei a embreagem para entrar só que esqueci de acelerar (neste dia não sei porque não acelerei...). Resultado, a moto morreu e fomos eu e minha esposa para o chão. Coitada da minha esposa, pois desta vez foi a perna dela que segurou a moto. Não aconteceu nada, porém foi um susto e depois que tudo passou achei a cena hilária. O aprendizado é que quando andamos no dia a dia nós temos uma aceleração para arrancar. Quando estamos garupado, é necessário acelerar um pouco mais, pois a moto tem que arrancar com mais peso. Enfim, foi mais uma bobeira minha.

Quando comprei a minha primeira moto, fui logo mostrá-la a um velho colega de infância. Ela nem estava emplacada e a cor mal tinha sido lançada pela montadora. Mostre-a, ele babou e disse que queria dar uma voltinha. Passei a moto para ele, e eu jurava que ele sabia andar de moto. Resumindo, ele deu a partida, soltou de maneira brusca a embreagem, ela deu um forte tranco e ele deixou a moto ir para o chão.

Ele até que tentou segurar com força. mas não teve jeito. A moto sem placa e tirada aquele dia da concessionária fora batizada com um arranhão na rabeta traseira. Enfim, a culpa não foi do meu colega, mas minha mesmo porque pensava que ele sabia andar de moto.

O aprendizado é que quando emprestar a moto, seja para qualquer um, certifique-se antes se a pessoa realmente sabe andar. Vendi esta moto quase três meses depois porque olhava para aquele risco e aquilo me perturbava. Primeira moto e ainda 0 Km, já viu... Pelo menos para mim tem que estar impecável. Como é humilhante você na fila do Detran para emplacar a máquina e todos olhando para o risco perguntando como fiz aquilo.

Estou com 37 anos e guio a moto com a maior prudência aqui no trânsito de São Paulo. Como se não bastasse o dia a dia, ando de moto aos finais de semana com minha esposa. Durante semana, ela é um meio de transporte sem igual. Uma pena que a imagem da moto está associada aos milhares de inconsequentes que querem chegar dez minutos mais rápido a algum ponto.

Mesmo com uma moto de 250cc, eu ando muito tranquilo dentro dos corredores. De carro levaria mais de uma hora para fazer o trajeto de casa rumo ao trabalho. De moto, mesmo andando muito pianinho, levo apenas 30 minutos.

Com o tempo que ganho com a moto consigo correr no parque do Ibirapuera, vou a academia, frequento escola de idiomas, consigo fazer cursos extracurriculares (esporadicamente), vou ao centro com minha esposa aos sábados.... É um excelente meio de transporte.

Seria legal que todos se respeitassem neste trânsito selvagem. Por isso, continuo achando que país de primeiro mundo é pais de primeiro mundo (Itália, Espanha, França, Bélgica, Estados Unidos, Japão, entre outros). Dá muito gosto de ver como o trânsito flui nesses lugares e como há respeito.

Cabe a nós, motoristas e motociclistas, dar o exemplo. Vamos pensar um pouco nisso.

O “motonauta” Flávio Makoto Nemoto participou do Moto Repórter, canal de jornalismo participativo do MOTO.com.br. Para mandar sua notícia, clique aqui.

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