Abraciclo espera estabilidade para o mercado em 2017

Expectativa da associação dos fabricantes para o próximo ano é de crescimento de 2,2% para setor das duas rodas

Por Aladim Lopes Gonçalves

Depois de mais um ano difícil, com o crescimento econômico do país emperrado, o setor das duas rodas vai fechar 2016 com saldo negativo na comparação com os números de 2015. No entanto, a Abraciclo (associação dos fabricantes) projeta estabilidade dos negócios do segmento de motocicletas para o ano de 2017, com crescimentos de 2,2% na produção e 66,1% nas exportações, enquanto as vendas no atacado e varejo devem registrar quedas de 4,1% e 1,1%, respectivamente. 

Na comparação mensal, a produção de motocicletas do penúltimo mês de 2016 registrou retração de 1,7% frente a outubro. Saíram das fábricas 70.320 motocicletas contra 71.520 no mês passado. No acumulado dos 11 meses deste ano, foram fabricadas 854.839 unidades, o que corresponde a uma queda de 29,5% em relação a igual período de 2015, com 1.212.075.

As vendas no atacado – das fabricas para as concessionárias – se mantiveram estáveis em relação ao décimo mês do ano, passando de 59.136 para 58.974 unidades. De janeiro a novembro, foram comercializadas 801.563 motocicletas, o que corresponde a um recuo de 28,5% ante 2015 (1.120.680). 

Depois de uma sequência de altas até junho passado, as exportações também ficaram aquém do esperado. De acordo com dados da Abraciclo, o número de motocicletas comercializadas para outros países registrou entre outubro (4.911) e novembro (3.957) retração de 19,4%. Já no acumulado, a queda foi de 16,7%, quando comparado ao volume de 2015. Foram 63.179 motos exportadas no ano passado contra 52.620, em 2016. 

“Assim como ocorreu com a maioria dos setores econômicos, as incertezas do mercado e da política impactaram negativamente no desempenho dos negócios. O poder de compra do consumidor continua sendo corroído pela inflação, assim como sua confiança parece permanecer abalada diante da falta de expectativas positivas”, disse Marcos Fermanian, presidente da Abraciclo. 

“A produção de motocicletas em 2016 voltou aos patamares de 2002, demandando ajustes na estrutura de toda a cadeia produtiva, fornecedores, fabricantes e concessionárias. De qualquer forma, em 2017, o setor tem a expectativa de atingir resultados semelhantes ao deste ano. Além disso, teremos a realização do Salão Duas Rodas, o maior evento do setor, que deverá contribuir para o estímulo do mercado”, complementou Marcos Fermanian. 

Em novembro, os emplacamentos de motocicletas (vendas no varejo [das concessionárias para os clientes] foram desconsiderados os ciclomotores usados, cujo licenciamento junto aos Detrans passou a ser obrigatório a partir da Lei nº 13.154, de 30/07/2015, e da Resolução Contran nº 555/15, de 17/09/2015) – com base nos levantamentos do Registro Nacional de Veículos Automotores (Renavam) - atingiram 69.122 unidades, contra 62.554 em outubro, o que corresponde a um crescimento de 10,5%.

Com mesmo numero de dias úteis, as médias diárias de vendas foram de 3.456 motocicletas em novembro, frente a 3.128 do mês anterior, registrando alta de 10,5%. No acumulado, o volume foi de 818.956 unidades em 2016, ante 1.116.735 em 2015, correspondendo a uma queda de 26,7%.

Fotos: Honda e BMW/Divulgação


Fonte:
Equipe MOTO.com.br

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