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2010 deverá ser 2ª melhor ano para motos

09 de November de 2010

Mario Curcio

Dois anos depois do início da crise financeira mundial, a abertura de crédito volta a ganhar fôlego no setor de motos: “Houve uma diminuição daquele medo dos bancos de emprestar dinheiro para determinadas faixas de rendimento. Eles ainda estão reticentes, mas a situação já é bem diferente daquilo que se viu em 2009”, afirma Sérgio Reze, presidente da Fenabrave, federação que reúne as associações de concessionárias.

A entidade estima o emplacamento de mais de 1,75 milhão de motos este ano. Se essa expectativa se concretizar, 2010 será o segundo melhor ano da história do setor (em primeiro está 2008, quando mais de 1,9 milhão de motos chegaram às ruas). “Os bancos perceberam que não era razoável reservar-se e não conceder crédito para esses consumidores”, diz Reze.

A Abraciclo, associação que reúne as fábricas de motos e bicicletas no Brasil, ainda comemora com cautela o fôlego que o setor ganhou. Moacyr Paes, diretor da entidade, prefere dizer que está “menos difícil financiar uma moto”. Paes se apoia em outros números para analisar essa recuperação: “Em todo o ano de 2009, 48% das vendas de motos foram por financiamento. No primeiro semestre de 2010, esse número subiu para 50%”, diz.

O diretor comercial e de marketing da Kasinski, Rogério Scialo, confirma a melhora no setor: “Nos últimos 90 dias diminuiu o ‘score’, a pontuação que o comprador precisa atingir para ter a aprovação do financiamento.” Scialo também atribui a melhora a outro aspecto: “As financeiras privilegiavam muito os compradores da Honda, por ser líder de mercado, com pontuação mais favorável, taxas de juros mais baixas e prazos maiores. Agora, essas instituições começaram a equilibrar o mercado, pois perceberam que não podem se prender a uma mesma marca.”

Recentemente, o advogado Roberto Souza, de 29 anos, que mora e trabalha em São Bernardo do Campo (SP), aproveitou a boa maré para financiar uma Kasinski Win 110. “Dei 10% de entrada e parcelei o restante em 24 vezes sem juros”, conta. Souza está contente com a economia de tempo e dinheiro que a moto traz: “Com ela eu chego rápido aos compromissos de trabalho e gasto pouco combustível.”

Financeiras admitem melhora

A reportagem da Agência Infomoto procurou aqueles que emprestam o dinheiro ao consumidor para entender melhor esse afrouxamento da corda na hora de aprovar as fichas. Elas atribuem o fato apenas ao bom momento econômico que o Brasil atravessa: “O mercado de motos cresceu bastante. A BV Financeira captou esse movimento e investiu nisso a fim de oferecer financiamento para o produto”, afirma Fabiana Zanon Braga, superintendente comercial da instituição. “Hoje temos quatro mesas de análise de crédito para as motos e uma equipe especializada nesse segmento”, revela.

A Acrefi, associação que reúne as financeiras, vê esse movimento como uma tendência: “A grande aposta para este ano, além do crédito imobiliário, é a carteira de veículos e consignado”, afirma Luís Alberto Savioli, presidente da Acrefi, associação que reúne as financeiras.

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